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“Escolas não podem ficar para trás nas preocupações do Governo”

Joana Mortágua exigiu que o Governo "não deixe as escolas desarmadas na resposta à terceira vaga da pandemia e que garanta os meios e as pessoas para cuidar do fundamental: o futuro das nossas crianças e jovens”.
Joana Mortágua. Foto de António Cotrim, Lusa.

Durante o debate plenário desta quarta-feira, a deputada do Bloco afirmou que “ainda estamos a pagar cara a fatura do anterior confinamento: fatura económica, social e pedagógica” e que “hoje está claro que as consequências da crise pandémica não afetaram todos por igual”.

Joana Mortágua citou alguns depoimentos de alunos do secundário sobre o período de confinamento e que dão conta de como “a experiência foi mais traumática do que se esperava”.

“O balanço dos efeitos do confinamento sobre as crianças e os jovens é muito claro e consensual. O risco de afastar novamente os alunos das escolas é o de vermos agravarem-se as desigualdades sociais, problemas de saúde mental, prejuízos definitivos na aprendizagem e no desenvolvimento emocional e intelectual, acesso desigual ao ensino à distância, redução das respostas sociais contra a fome e pobreza, menos acompanhamento especializado para a inclusão”, alertou a dirigente bloquista.

Joana Mortágua defendeu que “o Governo deve fazer o que for possível para impedir que os alunos voltem a ficar confinados às suas casas” e que “é o momento de enviar um dos sinais mais fortes que pode sair hoje do Parlamento: o reconhecimento de que os profissionais da educação integram a linha da frente dos serviços essenciais”.

A deputada lembrou ainda que, até à data, não foi garantido o reforço dos auxiliares nas escolas, previsto no Orçamento de Estado para 2020 por proposta do Bloco de Esquerda. E que, em vez de um computador por cada aluno em setembro como prometido, o executivo só distribuiu 10% em dezembro. No final do ano letivo passado, o Bloco levou ao Parlamento a proposta de redução do número de alunos por turma, reajustando horários de funcionamento das escolas, dotando as escolas dos funcionários e dos equipamentos necessários. “Em regra, as turmas não foram reduzidas, um inquérito da FENPROF revelou que foram mais as turmas que aumentaram do que as que diminuíram”, avançou Joana Mortágua.

“Ao longo de todo o ano alertamos para a falta de professores, que é estrutural e que se iria agravar com a pandemia. Neste momento há alunos sem aulas e não há professores suficientes nas escolas para acompanhar os alunos que vão para casa em isolamento profilático”, acrescentou a dirigente bloquista. Joana Mortágua assinalou ainda que, “além disso, o Governo continua a oferecer aos professores mais precários horários incompletos com salários por vezes inferiores ao salário mínimo e sem qualquer apoio à deslocação”.

“Em dezembro, o Parlamento aprovou, por proposta do Bloco de Esquerda, a realização de rastreios gratuitos por amostragem nas escolas, mas o Ministro da Educação e o Governo continuam a hesitar sobre a sua realização. A sua aplicação deve generalizar-se, desde logo entre o pessoal docente e não docente”, continuou.

Por último, a deputada recordou que o Bloco pediu “clareza e uniformização de procedimentos para lidar com casos positivos nas escolas, mas as equipas de saúde pública não foram reforçadas para fazer este acompanhamento durante uma terceira vaga”.

“Queremos manter as escolas abertas e devemos aplicar o que aprendemos com a experiência. As escolas não podem ficar para trás nas preocupações do Governo. Para garantir que não fecham, que o Ensino tem sucesso, é preciso agir depressa”, defendeu Joana Mortágua.

O Bloco exige que “o Governo não deixe as escolas desarmadas na resposta à terceira vaga da pandemia e que garanta os meios e as pessoas para cuidar do fundamental: o futuro das nossas crianças e jovens”.

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