Escolas com escassez de assistentes operacionais e professores por colocar

15 de setembro 2020 - 18:11

A falta de assistentes operacionais é um problema transversal no passado ano letivo que não foi resolvido. Fenprof alerta que 35% das escolas ainda têm professores por colocar.

PARTILHAR
Foto de Paula Nunes.
Foto de Paula Nunes.

A necessidade transversal a todas as escolas para contratarem mais assistentes operacionais faz-se sentir há vários anos letivos, com pelo menos mil profissionais que permanecem com vínculo precário desde 2017, e que o Bloco de Esquerda pretende que sejam integrados na administração pública.

Em entrevista ao Público, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, confirma o problema, pois se "no início do ano letivo de 2019/2020, a primeira prioridade (...) já era a falta de assistentes operacionais, este ano, por maioria de razão, o problema mantém-se, porque precisaremos de estar constantemente a desinfetar, a higienizar, a acompanhar os alunos, e, para isso, genericamente boa parte das escolas não terá os assistentes operacionais necessários". 

Para a Fenprof, o primeiro dia de aulas demonstrou que continuam a faltar assistentes operacionais em 91% das escolas, e que há professores por colocar em 75%. Em quase 35% das escolas, o número de professores por colocar está entre os cinco e os dez docentes. 

Mário Nogueira diz ao jornal Público que "este é um problema que se poderá agravar após o início do ano letivo", salientando que poderá haver milhares de alunos sem aulas devido ao aumento do número de baixas médicas, fruto da crise pandémica. 

Manuel Grilo
Manuel Grilo

O novo ano letivo em Lisboa

12 de setembro 2020

Para o vereador Manuel Grilo, que tem o pelouro da Educação em Lisboa, a proposta do Bloco de Esquerda para a redução do número de alunos por turma "teria sido crucial para assegurar as distâncias de segurança nas salas de aula", mas "foi chumbada pelo Parlamento". Ainda assim, garante, "a CML empenhou-se, nos últimos meses, em contribuir para o regresso à escola num ambiente de segurança e confiança. Em articulação com as escolas e as autoridades de saúde, foram feitas visitas por equipas multidisciplinares, que apoiaram as escolas na elaboração dos seus planos de contingência, na identificação e resolução de problemas associados ao cumprimento das normas de segurança e na definição de percursos ou formas de usufruto de bares ou refeitórios", conclui.