A greve dos enfermeiros avança hoje com uma adesão nacional de 80%, segundo fonte do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). O sindicato rejeitou a segunda proposta do Ministério da Saúde por discriminar enfermeiros e não responder às necessidades da classe profissional, marcando novas greves para o mês de agosto.
A proposta de valorização da Carreira de Enfermagem do Ministério da Saúde, liderado por Ana Paula Martins, aumenta os enfermeiros em apenas €52, mas sobe os enfermeiros especialistas e os enfermeiros gestores para a posição remuneratória seguinte, garantindo ajustes salariais de até €200 ou €150. Os aumentos não têm retroativos previstos a janeiro de 2024 e não têm qualquer garantia de calendário da sua aplicação.
Entre os problemas da carreira de enfermagem, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses destaca a discriminação dos enfermeiros integrados na categoria de enfermeiro, a quantidade de posições remuneratórias – que, segundo o sindicato, levariam a que um profissional demorasse 88 anos a atingir o topo da carreira – e as compensações de risco e penosidade, nomeadamente a alteração dos critérios para aposentação.
A cada negociação aumenta a discriminação no tratamento dos enfermeiros, pelo que a alteração da estrutura da grelha salarial continua a ser uma exigência.
Em concentração junto ao Hospital de São José, o presidente do SEP, José Carlos Martins, anunciou que o sindicato tem “um plano de lutas continuadas” que vai acontecer em agosto com dez greves parciais e que passarão “a greves nacionais e mais prolongadas” em setembro. A primeira destas ações de luta será uma concentração na próxima segunda-feira, na Unidade Local de Saúde da Guarda, seguida de uma greve em Viseu na terça-feira.