Em dia de greve geral, enfermeiros dizem que o Governo faltou à palavra dada

10 de maio 2024 - 17:11

Insatisfeitos com a forma como as negociações sobre carreira e valorização salarial estão a ser conduzidas, os enfermeiros promoveram, esta sexta-feira, um dia de greve geral. Centenas de enfermeiros juntaram-se em Lisboa, num desfile com início no Campo Pequeno e que se dirigiu ao Ministério da Saúde.

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Protesto dos enfermeiros.
Foto Esquerda.net.

Tendo como pano de fundo o Dia Internacional do Enfermeiro, que se celebra a 12 de maio, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) quis levar uma mensagem clara ao Governo, num momento em que as negociações estão longe de corresponder às promessas e expectativas criadas. Segundo o SEP, a greve está a ter uma adesão muito significativa.

Esta estrutura sindical apresentou o seu caderno reivindicativo no passado dia 3 de abril. A primeira reunião com o Governo apenas aconteceu a 26 de abril e sem avanços. Isto apesar de o Governo ter prometido dialogar rapidamente com os diferentes sectores profissionais dos serviços públicos. O sindicato denuncia que a nova ministra da Saúde não está a cumprir a palavra de apresentar um calendário negocial até ao final do mês de abril, arrastando para o final de maio a fixação das matérias e os tempos da negociação.

José Carlos Martins, presidente do SEP, num discurso em frente ao Ministério da Saúde, acusou o Governo de não dar prioridade à resolução dos problemas da Saúde e da enfermagem. O responsável sindical garantiu que os enfermeiros não vão desistir e fixou um objetivo muito claro: obrigar o Governo a apresentar na próxima reunião o protocolo negocial, incluindo todas as matérias que estão por resolver, nomeadamente relativa à carreira e valorização salarial.

Catarina Martins, dirigente bloquista e cabeça de lista às eleições europeias, presente no protesto em Lisboa, defendeu que os enfermeiros são a coluna vertebral dos cuidados de saúde, nos hospitais, unidades de saúde ou nos lares. Lembrou que estes profissionais estão sujeitos a horários de trabalho inaceitáveis e não têm salários nem condições de carreira que respeitem a importância e a exigência das duas competências.

A candidata bloquista responsabilizou ainda o Governo, que acusou de falar de tudo menos de saúde e de enfermagem, concluindo que precisamos de mais enfermeiros com direitos e condições para desempenhar a sua missão.