Autárquicas

E se quiséssemos uma verdadeira alternativa de esquerda no Porto?

09 de outubro 2025 - 16:43

Nesta campanha, o Bloco de Esquerda volta a desafiar o modelo de cidade-negócio dos últimos executivos e quer continuar a dar corpo às lutas da cidade e transformar a esperança em política concreta.

porSusana Constante Pereira

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Candidatos do Bloco no Porto
Sérgio Aires volta a encabeçar a lista do Bloco à Câmara do Porto

Do Porto de Rui Rio à cidade-negócio de Rui Moreira

Há 24 anos que o Porto é governado pela direita. Doze anos de Rui Rio, outros tantos de Rui Moreira, num ciclo que moldou a cidade a partir da mesma lógica de exclusão e de cidade-negócio.

Sob a governação de Rui Rio, a Câmara assumiu-se como gestora da austeridade local: alienou património, deixou os bairros cair em esquecimento, travou movimentos de participação cidadã e cortou laços com a cidade viva da cultura. A repressão à Es.col.a da Fontinha, é uma ilustração gráfica desse período, símbolo de uma política que escolheu o controlo em vez da cooperação. Em 2013, a chegada de Rui Moreira, dito “independente”, prometeu romper com o cerceamento dos anos anteriores. Mas o que se seguiu foi uma continuidade refinada: uma cidade-marca, administrada como empresa e governada através de alianças variáveis com PS e PSD.

A política urbana no Porto passou a girar em torno do turismo e da especulação. O alojamento local multiplicou-se, os hotéis tomaram o centro, as rendas dispararam 66% entre 2011 e 2021 e o Porto perdeu mais de 70 mil residentes nas últimas três décadas, sobretudo jovens e famílias de rendimentos médios. Enquanto as zonas nobres acumulam investimentos, há territórios deixados ao abandono - não por muito tempo, já que as zonas de ‘pousio’ se tornam terreno fértil para a usura. A cidade que “maltratou os jovens”, como alertava José Soeiro ainda em 2013, é hoje a mesma onde muitos não conseguem regressar para viver.

Com Rui Moreira consolidou-se um modelo que usa a cultura como produto, o urbanismo como instrumento de lucro e o espaço público como ativo financeiro. A agenda liberal substituiu a política pela gestão e manteve a Câmara como balcão de negócios entre o público e o privado.

Do Porto de Rui Rio, que pôs de lado os direitos sociais em nome do rendimento, ao de Rui Moreira, que trocou uma verdadeira democracia local pelo marketing urbano, o resultado é uma cidade mais desigual. Uma cidade onde a riqueza se concentra em apenas alguns e os direitos se tornam privilégio. O Bloco de Esquerda tem sido a força que, ao longo destes 24 anos, se levantou contra esse modelo e propôs alternativas: uma cidade que não expulsa, que não aliena e que não se vende - uma cidade para quem nela vive.

O Porto com o Bloco no Executivo

Em 2021, depois de oito anos de governação de Rui Moreira e vinte de políticas de direita, e pela primeira vez na história da cidade, o Bloco de Esquerda integrou o Executivo Municipal do Porto. E fê-lo com a mesma determinação e coerência de sempre: com combatividade, transparência e compromisso com quem aqui vive e trabalha. O Bloco entrou na Câmara com um mandato claro - pôr o combate à pobreza no centro das políticas municipais e demonstrar que é possível governar de outra maneira.

Sérgio Aires e Martha Kleedörfer, deputada municipal de Berlim, na conferência internacional "Direito à Habitação", organizada pela Esquerda Europeia no Porto em outubro de 2023
Sérgio Aires e Martha Kleedörfer, deputada municipal de Berlim, na conferência internacional "Direito à Habitação", organizada pela Esquerda Europeia em outubro de 2023 no Porto,

Nestes quatro anos, o Bloco apresentou mais de 180 propostas, entre a Assembleia Municipal e o Executivo. Na sua maioria liminarmente rejeitadas, ‘quanto mais não seja por serem do Bloco de Esquerda’, como chegou a ser afirmado pela direita, muitas foram ainda assim aprovadas, e de entre as rejeitadas algumas foram mesmo implementadas. Várias das propostas que foram aprovadas ficaram por executar pela maioria de Rui Moreira, como foi o caso da atribuição de mais nomes de mulheres na toponímia da cidade e uma Rua Ana Luísa Amaral, da preparação da cidade para fenómenos climáticos extremos, da reposição de 10 km de faixas BUS, da criação de um Plano Municipal de Integração de Migrantes ou da concretização do plano municipal de arborização para aumentar as 67 mil árvores existentes, e de outras propostas nas áreas da mobilidade, da habitação e dos direitos sociais.

A criação de creches gratuitas do Município ao abrigo do programa nacional Creche Feliz, o estudo sobre a carga turística para regular o turismo, a projeção da bandeira da Palestina no edifício da CMP, a recomendação para que animais de companhia possam estar nas casas-abrigo de vítimas de violência doméstica, a criação de um Museu da Resistência e Liberdade na sede da ex-PIDE do Porto, a elaboração de uma estratégia de mobilidade participada, a manutenção do C.C.STOP como espaço de produção cultural independente na cidade, a criação de “espaços de calor” para pessoas em situação de sem-abrigo e pobreza energética ou, claro está, o Plano Municipal Integrado de Combate à Pobreza, foram iniciativas bloquistas que deixaram marca. Outras, como a moratória no licenciamento de novos hotéis no centro da cidade, o agravamento do IMI para o triplo nos prédios e frações habitacionais devolutas para combater a especulação (só foi aplicado em 531 casos num universo de 20.270 casas vazias, os projetos do Monte Pedral e do Monte da Bela, para habitação, 100% públicos, ou mais ruas sem automóveis no centro da cidade, foram chumbadas pelas direitas - evidências de que o modelo de cidade que o Bloco defende colide com os interesses estabelecidos.

Sempre assente na ideia de que a democracia local só é plena quando alcança todas as pessoas, a presença do Bloco no Executivo, na Assembleia e nas Freguesias, dá voz a causas pelas quais o Bloco há muito se bate na cidade: o direito à habitação, a cultura como um bem comum, o combate à pobreza e à desigualdade, o trabalho com direitos, a mobilidade sustentável e a participação cidadã. Este mandato mostrou que é possível apresentar soluções estruturais, mesmo estando na oposição, e que há alternativa à cidade dos negócios - uma alternativa que se constrói todos os dias, proposta a proposta, lado a lado com quem cá vive e luta pelo Porto.

Sobre os últimos 18 meses de procura de convergência à esquerda

Depois das eleições legislativas de 2024 e com o avanço das direitas no país, o Bloco de Esquerda iniciou um processo paciente e determinado para construir uma alternativa de governação à esquerda também no Porto. A convicção é simples: para mudar, o Porto precisa de uma força ampla, capaz de unir quem rejeita o modelo da cidade-negócio e quer colocar a vida das pessoas no centro da política.

A decisão de procurar essa convergência esteve patente nas resoluções da Mesa Nacional de junho e da Conferência Nacional de outubro de 2024, que apontaram a necessidade de diálogo com todas as forças progressistas nos vários territórios do país onde isso pudesse ser chave para apresentar alternativas à governação da direita. A Concelhia do Porto assumiu esse mandato com seriedade e, ao longo de cerca de 18 meses, manteve um trabalho político contínuo, transparente e persistente nesse sentido.

Antes mesmo da escolha de Manuel Pizarro como candidato, o Bloco propôs ao Partido Socialista a construção de uma candidatura que rompesse com o legado de Rui Moreira, baseada numa nova maioria de esquerda para a cidade. A opção do PS de se reivindicar como herdeiro dessa continuidade fechou esse caminho. Com o PCP, o Bloco manifestou interesse no diálogo, mas não se concretizou uma reunião formal. O PCP considerou que, com a sua candidatura já no terreno, não faria sentido abrir essas conversas.

O processo mais consistente e prolongado ocorreu com o Livre, entre julho de 2024 e junho de 2025. Durante esse período, houve várias reuniões, onde o Bloco apresentou mais do que uma proposta para uma candidatura conjunta. A primeira proposta sugeria encontrar um nome independente de consenso, escolhido conjuntamente. Foi rejeitada. A segunda proposta, já com a candidatura do Bloco no terreno em face do desfecho do processo anterior, passava por ter Sérgio Aires - uma figura independente, respeitada e com percurso no combate à pobreza e nas políticas sociais - como candidato à Câmara e alguém do Livre como cabeça de lista à Assembleia Municipal. Foi igualmente rejeitada. E a terceira proposta, num gesto protagonizado pelo próprio Sérgio Aires, previa que o Livre indicasse o primeiro nome à Câmara e o Bloco o primeiro à Assembleia Municipal. Também essa proposta não teve sucesso, tendo sido rejeitada pelo Livre.

Até à entrega das listas, o Bloco manteve a porta aberta e reafirmou publicamente o seu compromisso com o diálogo e a convergência. Este processo deixou uma mensagem clara: o Bloco não se resigna à fragmentação da esquerda e continua a trabalhar pela construção de alternativas reais à direita, com o propósito de devolver o Porto a quem nele vive.

Uma visão de cidade que não deixa ninguém para trás

Ao longo dos anos, o Bloco tem defendido a ideia de que a democracia local tem de ser o espaço primordial da promoção da igualdade. Agora, como antes, propomos uma mudança estrutural: transformar a lógica de uma cidade para poucos numa cidade para todas as pessoas. Uma cidade que não expulsa, não silencia e não deixa ninguém para trás.

O Bloco de Esquerda tem promovido uma visão para o Porto que desafia o modelo de cidade-negócio e a gestão liberal que trata o território como ativo financeiro. São doze anos de consistência e de construção de um projeto político que ponha a vida das pessoas, e não o lucro, no centro da governação.

Manifestação Casa para Viver, janeiro 2024
Manifestação Casa para Viver, janeiro 2024.

O ponto de partida para o programa a que demos forma agora em 2025, é um diagnóstico já conhecido e aprofundado ao longo destes anos: o Porto é hoje uma cidade profundamente desigual, a pobreza que se vive não é apenas de rendimentos - é habitacional, laboral, cultural, ambiental e democrática, e é o resultado de escolhas políticas que favoreceram a especulação, o turismo e os negócios, em detrimento dos direitos sociais. Romper com esse modelo é condição essencial para garantir um futuro melhor para o Porto.

O programa do Bloco propõe um novo paradigma de governação local. Afirma que combater a pobreza é governar para todas as pessoas e que esse combate deve atravessar todas as políticas públicas - desde a habitação até à cultura, da mobilidade à educação, do trabalho com direitos à democracia participativa.

Co construído num processo participativo que envolveu autarcas do Bloco e independentes, associações e coletivos da cidade, através de um ciclo de auscultação e debate que culminou num Fórum Programático para consolidação das ideias chave para resgatar o Porto, esse processo deu origem a um documento que não é apenas uma proposta eleitoral, mas uma síntese das lutas, reivindicações e ideias que têm marcado o Porto nos últimos anos.

A visão de cidade resultante materializa-se em seis eixos estruturantes:

- O primeiro é o da habitação digna e pública, com a meta de aumentar o parque municipal para 15% até 2030, reabilitar fogos devolutos, limitar o turismo e estabelecer uma moratória a novos hotéis até haver regulação efetiva.

- O segundo é o da cultura como direito e instrumento de inclusão, com a criação de uma Carta Municipal da Cultura para o Porto e de um Passaporte Cultural, de apoios plurianuais à criação e maior transparência no financiamento.

- Segue-se o eixo da educação e cuidados, que integra creches municipais, gabinetes de inclusão escolar, apoio a cuidadores informais e programas intergeracionais.

- O quarto é o do trabalho com direitos e economia local, que impõe a Meta Zero de precariedade na Câmara, critérios laborais nos apoios públicos, e incentivos à economia solidária.
- O quinto dedica-se à mobilidade e ao ambiente, promovendo a gratuitidade progressiva dos transportes públicos, uma rede ciclável e pedonal segura, a arborização das ruas e o combate à pobreza energética.

- E o sexto reforça a participação cidadã e os direitos sociais, com um orçamento participativo vinculativo, conselhos de cidadãos, criação do Centro para a Diversidade LGBTQIA+ e o programa municipal “Ninguém Só”, que visa combater a solidão e promover o bem-estar.

Este programa reflete uma política de justiça social e de responsabilidade pública: governar com dados abertos, metas claras e transparentes, e avaliação contínua e permanente. É uma proposta que se afasta da cidade de eventos e se aproxima da cidade real - aquela onde habitar, trabalhar, cuidar e participar são direitos fundamentais garantidos.

Uma campanha feita com a cidade

A campanha do Bloco no Porto tem sido, desde o primeiro dia, feita com a cidade e não apenas sobre ela. O trabalho no terreno começou muito antes do início formal da campanha e dá continuidade a uma prática que o Bloco cultiva ao longo dos anos: estar onde as pessoas estão, ouvir antes de propor e fazer da política um exercício de proximidade.

Nas últimas semanas, a candidatura percorreu o Porto com Sérgio Aires, de ponta a ponta, bairro a bairro, numa verdadeira cartografia da cidade real. Das visitas à Lomba, Soalheira, Ribeira da Granja, Santa Luzia, Rua dos Bragas e Hospital Joaquim Urbano, às conversas com moradores de todas as freguesias da cidade, a candidatura tem feito da escuta o ponto de partida da ação. Cada encontro tem sido um espaço de diálogo sobre habitação, mobilidade, cultura, trabalho e direitos sociais. Em vez de comícios ou desfiles, o Bloco optou por criar momentos de partilha e envolvimento, devolvendo à política o seu significado mais autêntico: falar com as pessoas, e não apenas falar para elas. A presença do Bloco nas comunidades tem dado corpo à mesma visão que sustenta o seu programa: uma cidade que se constrói em diálogo, onde ninguém é apenas espectador.

A campanha passou também pelos Albergues Noturnos e pela Saber Compreender, onde se falou com utentes e profissionais sobre as falhas nas respostas de emergência social e as condições indignas que persistem, propondo políticas públicas de habitação e inclusão que substituam a caridade pela dignidade. Outro momento que realmente marcou foi a realização do Festival das Culturas, onde a candidatura celebrou a diversidade e reafirmou o compromisso com uma cidade de acolhimento e igualdade. Assim como em tantas outras iniciativas - desde as conversas com os moradores das ilhas do Bonfim até a visitas a escolas, coletivos culturais, espaços de trabalho precário e hortas comunitárias - o que se destacou foi uma forma de fazer política que se entrelaça com a vida da cidade, que se alimenta das suas vozes e das suas histórias. O encontro no CC STOP, previsto para o último dia de campanha, simboliza o reconhecimento de um espaço que é ao mesmo tempo cultura, trabalho e comunidade. O Porto precisa de quem o mantenha vivo - nos palcos, nos bairros, nas ruas e nas praças.

Apresentação de candidatos às Juntas de Freguesia e Assembleia Municipal
Apresentação de cabeças de lista às Juntas de Freguesia e Assembleia Municipal

Esta campanha é feita com quem vive, trabalha e sonha o Porto: quem defende os bairros, quem se organiza em coletivos, quem luta por direitos laborais, ambientais ou culturais, e quem acredita que o Porto pode ser governado com justiça social. A cada visita e a cada conversa, a candidatura reafirma o seu compromisso com a cidade concreta - aquela que não se encaixa nos discursos de poder, mas que cabe inteira num projeto de esquerda. Uma campanha de escuta e construção coletiva, onde o Bloco demonstra mais uma vez o que sempre o diferenciou: a capacidade de estar ao lado das pessoas, de transformar cada encontro em política e de fazer da proximidade o primeiro passo da mudança.

O que está em causa no dia 12

No dia 12, o Porto enfrenta uma escolha crucial: continuar com o modelo da cidade-negócio que se consolidou ao longo de 24 anos de governação liberal, ou abrir caminho a uma cidade justa, onde o combate à pobreza, à especulação e à desigualdade é prioridade. Mais do que uma simples disputa entre nomes, trata-se de decidir entre diferentes projetos para o futuro da cidade.

Há quem procure transformar estas eleições num duelo entre Manuel Pizarro e Pedro Duarte, há quem, à esquerda, pondere um voto “útil” porque pior que Pizarro, só mesmo Duarte. Mas, para a cidade, a escolha entre um dos dois não muda o essencial: seja um ou outro, o resultado é o mesmo - a continuação do modelo de Rui Moreira, a mesma ausência de justo planeamento e a mesma submissão da cidade aos interesses privados, com a mesma política de alianças variáveis, agora com espaço para o Chega. Um Porto que se gere como negócio, e não como comunidade.

No Monte Pedral podiam morar milhares de pessoas, em casas a preços controlados. Sete anos depois do primeiro anúncio, nem o primeiro tijolo...

À esquerda, o que se decide no dia 12 é que oposição a esse modelo vai existir nos órgãos municipais. Quem deseja uma cidade diferente precisa de uma voz forte, comprometida e consequente à esquerda, capaz de enfrentar a especulação, exigir transparência e pôr os direitos das pessoas acima dos negócios. O Bloco é essa voz: firme, coerente, sem ambiguidades e com histórico comprovado - tanto dentro como fora do Executivo.

O programa “Por uma Cidade Justa” não é apenas uma promessa de campanha: é um plano de governação que surge de um trabalho sólido, de propostas concretas e de um caminho de diálogo e coerência. O Bloco provou que sabe estar no Executivo com responsabilidade e firmeza, e na oposição com combatividade e visão. É essa força que pode assegurar que o Porto não permanece no cinzento das maiorias absolutas nem se resigna à agenda liberal.

O voto útil, nestas eleições, é aquele que rompe com a continuidade. É o voto que garante uma oposição exigente, fiscalizadora e propositiva. É o voto que afirma que o Porto merece uma alternativa à governação liberal. No dia 12 decide-se se a Câmara continuará a ser dividida entre as direitas que governam juntas há duas décadas, ou se volta a ter uma esquerda combativa e profundamente enraizada nas lutas da cidade.

O compromisso do Bloco

O Bloco de Esquerda chega a este momento com um compromisso claro: fazer do Porto uma cidade que põe as pessoas no centro. Depois de um mandato em que demonstrou que é possível fazer diferente, o Bloco apresenta-se a estas eleições com o mesmo propósito com que entrou na Câmara em 2021: combater a pobreza, garantir direitos e devolver a cidade a quem nela vive.

A candidatura liderada por Sérgio Aires é a continuidade desse trabalho e representa a síntese de um percurso que juntou experiência institucional, coerência política e envolvimento cidadão. É uma candidatura ligada às lutas sociais, aos movimentos de bairro, às causas da habitação, do trabalho, da cultura e da diversidade, e que mostra que a esquerda pode e deve garantir proximidade, transparência e justiça.

Sérgio Aires na 20ª Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto, junho 2025
Sérgio Aires na 20ª Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto, junho 2025

O compromisso do Bloco é com o Porto real: o das pessoas que enfrentam rendas incomportáveis, dos que vivem em bairros sem infraestruturas condignas, das mulheres e homens que sustentam a cidade em trabalhos precários, dos jovens que querem ficar, dos mais velhos isolados. É com quem faz o Porto todos os dias e não com quem o usa como palco.

Após 24 anos de governação liberal, o Bloco afirma-se como a força que não se confunde nem é conivente com a direita nem se resigna à sua continuidade. A candidatura de Sérgio Aires apresenta-se com um programa sólido, construído coletivamente, e com uma ideia simples: combater a pobreza é garantir habitação pública, transportes gratuitos, cultura acessível, participação cidadã e trabalho com direitos. Governar é cuidar da cidade como um bem comum.

Este é o compromisso do Bloco: continuar a ser a força que não desiste, que constrói, que fiscaliza e que propõe; que leva à Câmara, à Assembleia Municipal e às freguesias a voz de quem o poder tantas vezes ignora. Uma força que não entra em governos de conveniência nem em silêncios cúmplices, que sabe trabalhar com quem quer transformar o Porto e resistir com quem o quer salvar da especulação. O Bloco propõe-se fazer o que sempre fez - estar ao lado das pessoas, dar corpo às lutas da cidade e transformar a esperança em política concreta. No dia 12, esse compromisso renova-se: o de um Porto justo, habitável, democrático e vivo. Um Porto para todas as pessoas.

Susana Constante Pereira
Sobre o/a autor(a)

Susana Constante Pereira

Deputada municipal e dirigente concelhia do Bloco de Esquerda do Porto