Susana Constante Pereira

Susana Constante Pereira

Deputada municipal e dirigente concelhia do Bloco de Esquerda do Porto

O Plano Diretor Municipal entra agora – e apenas por 35 dias – em discussão pública. E o que se vai discutir inclui áreas tão fundamentais como: Ambiente e Qualidade de Vida, Edificação e Habitação, Mobilidade e Transportes, Economia e Emprego, e Identidade e Património.

Os direitos humanos não são meros argumentos jurídicos que se esgrimem e interpretam à mercê de qualquer interesse que não tenha a dignidade humana como essência.

Um mundo em que há quem todos os dias tenha a vida em risco só pela cor da sua pele, é um mundo irrespirável. Um país onde se nega existir racismo é um país em que esse risco é exponencialmente maior.

Os fatores ‘inusitados’ que confluíram para o pior cenário que agora se revelou, remontam a pelo menos 2017, altura em que foram feitas as primeiras queixas relativas a este canil ilegal de Santo Tirso.

Se já em circunstâncias normais a pobreza tem, em Portugal, um caráter estrutural e persistente, na situação de crise sócio-económica resultante da pandemia, governantes, políticas públicas e sociedade no seu todo têm um desafio ainda maior.

Proteger as pessoas passa hoje por decisões ao alcance das autarquias. No Porto, Rui Moreira continua a deixar entregues ao mercado os desígnios de vida das pessoas.

É de Manuel António Pina a citação retirada do livro "Os Piratas" (1986) mas podia ser de um morador ou ex-morador de uma "ilha" do Porto em 2018.

Esta Europa arranjou enquadramentos legais que impedem pessoas que vivem em condições sub-humanas de passar as suas fronteiras, determinou que quem quiser atravessar essa fronteira não terá condições de segurança para o fazer.