Na festa de encerramento da campanha do Bloco na Amadora, no Parque Delfim Guimarães, Anabela Rodrigues quis responder “a quem diz que que erradicar o bairro da Cova da Moura: A Amadora resiste e não desiste!”
Autárquicas
Na Amadora, o Bloco quer devolver a cidade a quem nela vive
Tiago Castelhano
Uma resistência que se estende aos discursos de ódio, como os que dizem “que este parque não é a Amadora, não representa a Amadora. Mas este parque foi, sempre será da Amadora e de todos aqueles que vivem, trabalham, passeiam e queiram vir à Amadora”.
“Não temos medo da extrema-direita, nós vivemos com eles todos os dias, mas eles agora cantam de galo. Mas como é tão constrangedor que uma única deputada faça tremer 60 deputados”, prosseguiu a candidata do Bloco à Câmara da Amadora.
Anabela Rodrigues insistiu nos temas que preencheram a campanha do Bloco na Amadora, a começar pela habitação, que “é para todos, para quem tem dinheiro e para quem não tem dinheiro”, com a certeza de que “não é com despejos que resolvemos a falta de habitação”. Mas também o direito à mobilidade, lembrando que os poucos minutos que o comboio demora a fazer o percurso entre a Amadora e Lisboa se multiplicam para quem está mais afastado da estação e sofre com a falta de transportes, com os autocarros que não chegam, com a sua ausência à noite e aos fins de semana.
Dando o exemplo de Reginaldo, que “foi um estrangeiro nascido em território nacional e hoje é candidato do Bloco”, Anabela Rodrigues sublinhou que “votar no Bloco significa ter na lista imigrantes, que os filhos dos imigrantes fazem parte” da política.
Lista do Bloco na Amadora “tem o retrato deste concelho como mais nenhuma candidatura tem”
Mariana Mortágua também interveio para fazer o balanço de uma campanha em que “se há coisa que o Bloco provou nas últimas semanas é que somos muitas e muitos a representar o partido e as nossas ideias”.
A coordenadora bloquista juntou-se à campanha nos últimos dias, após ter participado na flotilha humanitária para Gaza, capturada ilegalmente em águas internacionais e passado quatro dias detida numa prisão israelita. E diz que isso fê-la ter outra perspetiva da ação política e concluir que “lutar pela humanidade não é menos importante do que lutar aqui pelo nosso povo, porque é a mesma luta: a mesma empatia que nos leva à Palestina é aquela que nos faz olhar para o lado e querer que a pessoa que está ao nosso lado tenha a melhor vida possível, com mais respeito e com mais qualidade”, o que se traduz em “casa, transporte, cultura, espaços verdes, uma creche, escola para os seus filhos”.
“Quando voltei, ao ver todas estas candidaturas do Bloco e das várias coligações, senti que cada pessoa que se candidata pelo Bloco faz política pelas melhores razões, porque ama o nosso país. E a Amadora é o nosso país, o nosso país são pessoas muito diferentes, que vêm de sítios muito diferentes, que usam o espaço público de formas diferentes e que precisam e têm o direito de aceder à escola e ao hospital”.
Por fim, saudou a candidatura encabeçada por Anabela Rodrigues, uma candidatura de convergência, de união e que tem o retrato deste concelho como mais nenhuma candidatura tem”.