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“Dinheiro injetado no Novo Banco dava para dois anos de apoio aos desempregados”

Num jantar/comício em Leiria, Catarina Martins acusou o governo de conviver bem com o aumento “brutal” do défice de 2014 para salvar o Novo Banco, quando antes justificava todos os cortes para cumprir à décima as metas do défice.
Foto Paulete Matos.

Os 3.9 mil milhões de euros injetados no Novo Banco “davam para pagar a proposta do Bloco de Esquerda, que é a proposta da dignidade, de não abandonar quem perdeu tudo com a crise e de pagar o subsídio social de desemprego” a 700 mil desempregados que hoje vivem sem qualquer apoio, afirmou Catarina Martins esta terça-feira à noite num comício do Bloco em Leiria.

Por isso, “quando nos dizem que não há dinheiro, perguntamos sempre: para onde foi o dinheiro?”, prosseguiu a porta-voz do Bloco. O défice de 2014 será fechado esta quinta-feira pelo Eurostat, e vai disparar por causa do fracasso da operação de resolução do Novo Banco.

Para Catarina Martins, “quem vive pacificamente com o aumento brutal do défice para salvar um banco foram os mesmos que cortaram em tudo porque o défice não podia sequer ultrapassar uma décima. Quando chegou à vida das pessoas, a austeridade era ‘custe o que custar’ porque a meta do défice tinha de ser cumprida. Quando chega ao sistema financeiro, já a meta do défice não interessa nada e depois de tanto sacrifício vemos como fica: tal e qual como estava em 2011”.  

A porta-voz do Bloco reagiu ainda às declarações de campanha da coligação PSD/CDS, que “veio agora gabar-se dos cofres cheios das dívidas que tem para com quem vive em Portugal”. “Os cofres cheios de Pedro Passos Coelho estão cheios do que faltou no Serviço Nacional de Saúde, quando as urgências colapsaram e as pessoas ficaram sem médico. Estão cheios dos cortes na escola púbica, da falta de professores, da falta de apoio a tantos quantos querem estudar. Estão cheios da dívida para quem perdeu o emprego, para com o sofrimento das famílias que viram a emigração a separá-las, para com os salários e as pensões cortadas”, concluiu Catarina Martins.

Marisa Matias arrasa “agenda ideológica e de vergonha” dos líderes europeus para os refugiados

O jantar/comício contou com a intervenção do dirigente bloquista Adelino Fortunato, que comparou as propostas em debate sobre Segurança Social por parte do PS e da direita, assentes nos congelamentos e cortes nas pensões, bem como a sua abertura a fundos privados, com as alternativas propostas pelo Bloco para financiar a Segurança Social, de forma a garantir a continuação da sua sustentabilidade. Em seguida, a eurodeputada Marisa Matias apelou ao voto de todos os “lesados do PSD”, eleitores que acreditaram nas promessas feitas há quatro anos por Passos Coelho e viram como o governo as pôs de lado rapidamente.

Marisa Matias acusou ainda os líderes europeus de terem “uma agenda ideológica e de vergonha” sobre os refugiados: “Quando se tratou de humilhar, chantagear e procurar fazer vergar o único governo de esquerda que foi eleito na União Europeia, os líderes europeus reuniam uma, duas, três vezes por semana... nem dormiam se fosse preciso! Mas quando é para responder à maior crise humanitária que estamos a viver no espaço europeu, não reúnem, preferem esperar duas semanas. Afinal, para eles não há problema nenhum, são só 350 mil vidas que estão à espera…”  

O candidato bloquista por Leiria, Heitor de Sousa, apelou aos eleitores para reforçarem o apoio ao Bloco no dia 4 de outubro e assim recuperarem um deputado para a esquerda no distrito. O ex-deputado do Bloco por Leiria falou das dificuldades da situação social em Leiria e em particular no que diz respeito ao desinvestimento no transporte ferroviário, com a Linha do Oeste reduzida a 10 comboios por dia. Para Heitor de Sousa, as novas promessas da direita para investir nas estradas e caminhos de ferro do distrito não passam de propaganda eleitoral que terão o mesmo destino das que fizeram nas anteriores eleições.

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