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Detroit: trabalhadores dos casinos em greve há um mês apelam a boicote das aplicações

O sindicato pede aos clientes para “que não passem a linha do piquete de greve virtual” enquanto lutam por melhores salários. Em Las Vegas, os patrões de grandes casinos cederam na véspera do início da greve.
Trabalhadores dos casinos de Detroit em frente ao capitólio local. Foto do CDC.
Trabalhadores dos casinos de Detroit em frente ao capitólio local. Foto do CDC.

Esta segunda-feira, os trabalhadores dos casinos de Detroit iniciaram uma campanha de apelo ao boicote das plataformas de apostas online FanDuel, ESPN BET, Hollywood iCasino e BetMGM. Estes trabalhadores dos casinos MGM Grand Detroit, Hollywood de Greektown e MotorCity, o Detroit Casino Council, estão em greve desde 17 de outubro.

Depois de os contratos coletivos de trabalho terem expirado, os trabalhadores exigem aumentos salariais, melhorias no esquema de aposentação e proteção dos trabalhadores que sejam atingidos pela chegada de novas tecnologias ao setor. Em sua representação está o Detroit Casino Council, uma coligação de sindicatos locais de várias atividades como o UNITE HERE, o United Auto Workers, o sindicato dos Teamsters, o Operating Engineers e o Michigan Regional Council of Carpenters.

À CBS, Nia Winston, presidente da secção 24 do UNITE HERE explica que “as apostas desportivas online e as plataformas de casino online” são “fontes decisivas de rendimento” das empresas que exploram os três casinos em greve e que “os trabalhadores têm estado do lado de fora dos locais físicos dos casinos 24 horas por dia desde que entraram em greve para conseguir um contrato justo. Agora, estamos a pedir às pessoas que não passem também a linha do piquete de greve virtual e que boicotem estas aplicações até que a greve esteja resolvida”.

Ao canal local de Detroit da ABC, o WXYZ, Lisa Zezula, trabalhadora no MGM, acrescenta “se jogarem online, é o mesmo que fazê-lo aqui. É como darem-nos um soco na cara”. Contudo, como muitos dos seus colegas revela esperança nesta nova fase da luta que inclui ainda grandes comícios de apoio aos trabalhadores à porta dos mega-eventos que os casinos organizem. Para ela, quando as empresas “virem as perdas em que vão incorrer” irão ceder.

Acordos nos casinos de Las Vegas

E cedências foi precisamente o que aconteceu em três grandes empresas proprietárias de grandes casinos em Las Vegas de forma a impedir a greve que estava marcada para começar na passada sexta-feira.

Em três dias consecutivos, quarta, quinta e sexta, Wynn Resorts, MGM Resorts International, e Caesars Entertainment assinaram pré-acordos com o sindicato Culinary que representa mais de 35.000 cozinheiros, empregados de bar e de mesa e vários outros trabalhadores de 18 grandes casinos.

De acordo com a CNN, Ted Pappageorge, negociador-chefe do sindicato, os acordos alcançados são “históricos”, os melhores nos 88 anos de história da organização e significam uma “mudança de vida” para os trabalhadores. O sindicalista revelou que os trabalhadores conseguiram aumentos salariais, redução de carga de trabalho das camareiras, reforço de segurança no trabalho e melhores condições de reforma.

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