Famalicão

Depois de fechar uma fábrica, Coindu manda 250 trabalhadores da outra para lay-off

21 de maio 2025 - 11:18

A empresa recebeu quatro milhões do PRR para a fábrica de Joane. Foi comprada o ano passado por um grupo italiano que a seguir fechou a fábrica de Arco de Valdevez, lançando então para o desemprego 350 trabalhadores. Agora os trabalhadores estão preocupados. O Bloco questionou o governo sobre a situação.

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Coindu
Coindu

Fundada em 1988, a Coindu produz atualmente capas para assentos de automóveis e peças decorativas para interiores. Era uma empresa familiar até que, a 15 de outubro do ano passado, um comunicado dava conta da sua compra pela empresa italiana Gruppo Mastrotto. Prometiam-se “sinergias” e capital para “o relançamento do negócio” mas, pouco mais de um mês depois, chegou a notícia que uma das fábricas, a de Arco de Valdevez, ia encerrar, lançando para o desemprego 350 trabalhadores.

Na altura, o administrador da empresa, António Cândido, garantia que a outra fábrica, em Joane, Famalicão, não estava em risco porque os projetos eram “estáveis”. O mesmo dizia ainda que o grupo tinha recebido apoio de quatro milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência destinados a esta fábrica.

É isso que parece estar agora em causa com o anúncio de que 250 trabalhadores serão remetidos para o regime de lay-off.

Numa publicação nas suas redes sociais, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) transmite que a empresa informou que “irá levar a cabo mais um processo de Lay off na unidade de Joane”.

A organização sindical olha “com enorme preocupação” para a situação” até “atendendo ao passado bem recente, e ainda bem presente e que lançou para o desemprego centenas de trabalhadores”. Promete-se ainda que “o SIMA de tudo fará para que o processo da unidade dos Arcos não se repita agora em Joane”.

O Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre o lay-off e a possibilidade de despedimentos coletivos nesta fábrica. Também o partido não se esquece do despedimento coletivo do ano passado e pretende saber se o executivo tem conhecimento da situação, se esta está a ser acompanhada pela Autoridade para as Condições do Trabalho e se foi comunicada à Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho algum despedimento coletivo por parte da multinacional.