Fundada em 1988, a Coindu produz atualmente capas para assentos de automóveis e peças decorativas para interiores. Era uma empresa familiar até que, a 15 de outubro do ano passado, um comunicado dava conta da sua compra pela empresa italiana Gruppo Mastrotto. Prometiam-se “sinergias” e capital para “o relançamento do negócio” mas, pouco mais de um mês depois, chegou a notícia que uma das fábricas, a de Arco de Valdevez, ia encerrar, lançando para o desemprego 350 trabalhadores.
Na altura, o administrador da empresa, António Cândido, garantia que a outra fábrica, em Joane, Famalicão, não estava em risco porque os projetos eram “estáveis”. O mesmo dizia ainda que o grupo tinha recebido apoio de quatro milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência destinados a esta fábrica.
Despedimentos
Italianos compraram Coindu. Um mês depois fecham fábrica e despedem 350
É isso que parece estar agora em causa com o anúncio de que 250 trabalhadores serão remetidos para o regime de lay-off.
Numa publicação nas suas redes sociais, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) transmite que a empresa informou que “irá levar a cabo mais um processo de Lay off na unidade de Joane”.
A organização sindical olha “com enorme preocupação” para a situação” até “atendendo ao passado bem recente, e ainda bem presente e que lançou para o desemprego centenas de trabalhadores”. Promete-se ainda que “o SIMA de tudo fará para que o processo da unidade dos Arcos não se repita agora em Joane”.
O Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre o lay-off e a possibilidade de despedimentos coletivos nesta fábrica. Também o partido não se esquece do despedimento coletivo do ano passado e pretende saber se o executivo tem conhecimento da situação, se esta está a ser acompanhada pela Autoridade para as Condições do Trabalho e se foi comunicada à Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho algum despedimento coletivo por parte da multinacional.