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Crise atirou mais 400 mil para a pobreza, diz estudo
Um estudo do Center of Economics for Prosperity (PROSPER) da Universidade Católica de Lisboa, apresentado na terça-feira pela Fundação La Caixa e citado pela agência Lusa, analisou o efeito da crise económica provocada pela pandemia de covid-19.
"Em comparação com o cenário sem crise, 400 mil novos indivíduos caíram abaixo do limiar de pobreza, definido como 60% do rendimento mediano equivalente, aumentando a taxa de risco de pobreza em 25% como consequência da pandemia de covid-19", concluiu o estudo.
Segundo este trabalho da autoria de Joana Silva, Anna Bernard, Francisco Espiga e Madalena Gaspar, a crise trouxe "perda substancial de rendimentos para a população portuguesa”. O rendimento mediano anual caiu de 10.100 euros no cenário sem crise para 9.100 euros no cenário com crise.
Os “efeitos assimétricos” da crise foram sentidos sobretudo pelas classes baixa e média-baixa, a região do Algarve e as pessoas com escolaridade até ao nono ano, que tiveram “perdas claramente acima da média nacional”. Como a maior parte das pessoas mais afetadas já se encontrava na metade inferior da distribuição de rendimento, reforçou-se a desigualdade já presente na sociedade portuguesa.
"Os resultados mostram que a pandemia levou a um impressionante aumento de 25% da pobreza ao longo de um ano, quando comparados os cenários com e sem crise, pondo em risco os progressos feitos nos últimos vinte anos e invertendo a tendência de redução continuada da pobreza iniciada em 2015, quando a taxa de pobreza era de 19%", refere o documento.
O estudo destaca ainda a importância das medidas de proteção aprovadas pelo Governo, pois “sem a sua implementação, o confinamento inicial de oito semanas teria produzido aproximadamente o mesmo impacto sobre a pobreza e a desigualdade que aquele calculado para um ano inteiro”.
Lay-off caiu para metade em maio
O número de trabalhadores em regime de lay-off caiu para metade em maio em relação a abril, de 15.529 para 7.927, segundo os números da Segurança Social citados pela Lusa.
Destes trabalhadores, 4.906 estão com redução do horário de trabalho e 3.021 com suspensão de contratos de trabalho. O número de empresas abrangidas era em maio de 309, menos 24 que no mês anterior.
No que respeita ao número de trabalhadores independentes com contribuições declaradas em abril à Segurança Social, caiu mais de 25 mil em relação a março, totalizando 357.325. No sentido inverso, o número de trabalhadores dependentes subiu 13.243 em abril, num total de 3.608.148 pessoas. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, regista-se menos 28.421 contribuições declaradas de trabalhadores independentes (-7.4%) e mais 67.688 de trabalhadores dependentes (+1.9%).
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