O Jornal de Negócios divulgou esta quinta-feira os dados anuais da Direcção-Geral da Segurança Social (DGSS) e do Instituto de Informática relativos ao ano passado. Em 2024 houve 5,6 milhões de beneficiários da Segurança Social, entre eles pouco mais de um milhão de estrangeiros. Ao longo do ano houve um aumento geral de 2,4% no número de trabalhadores a descontar para a Segurança Social, mas esse aumento foi graças aos trabalhadores estrangeiros, que viram o seu número aumentar em 15,1%. Já o número de contribuintes com nacionalidade portuguesa caiu 0,1%.
A conclusão é óbvia: sem a entrada de trabalhadores imigrantes no sistema, a população ativa em Portugal já estaria a diminuir, e a consequência disso seria naturalmente uma queda das receitas do sistema da Segurança Social, além do impacto negativo para a economia do país.
No ano passado, os trabalhadores imigrantes contribuíram com quase 2.200 milhões de euros para a Segurança Social, tendo recebido em prestações sociais cerca de 380 milhões. O saldo positivo para o sistema foi de 1.820 milhões de euros. Embora representam quase 20% da população ativa em 2024, o valor das contribuições dos trabalhadores imigrantes fica-se pelos 12,4% do total recebido pela Segurança Social, o que se deve aos baixos salários praticados nos setores onde representam a maior parte da mão de obra: agricultura, restauração e construção.