Está aqui

Corbyn admite novo referendo ao Brexit

O líder dos trabalhistas britânicos propõe que o parlamento contemple a possibilidade de um segundo referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. Apesar disso, Corbyn não esclarece se apoia ou não a concretização desse referendo. Procura sobretudo evitar uma saída não negociada.
Jeremy Corbyn. Foto UK Labour/Instagram

Se nada for feito entretanto, o Brexit tem o prazo legal de 29 de março. Como o parlamento britânico rejeitou o acordo alcançado por May por 432 votos contra e 202 a favor, naquela que foi a maior derrota parlamentar de um governo neste país, a possibilidade da saída sem acordo tem ganho consistência.

É isso mesmo que o Labour quer evitar com a proposta que apresentou. Corbyn classifica esse cenário como “o caos”. Daí que os trabalhistas pretendam que o “no-deal” fique expressamente e em votação parlamentar excluído das opções a tomar pelo governo. Para isso, escrevem, é preciso “manter todas as opções em cima da mesa, incluindo a opção de um voto público”.

Isto quer dizer que a proposta de Corbyn abre uma possibilidade entre outras mas não a defende claramente. Mas a pequena emenda é considerada uma grande alteração de política relativamente àquilo que os trabalhistas tinham vindo a defender. Foi por isso saudada pelos adeptos do remain.

A posição maioritária no Partido Trabalhista tem sido a de defender a manutenção de uma união alfandegária e de um acordo amplo sobre direitos de cidadania e normas de consumo com a União Europeia. Só que o partido está longe de estar unido sobre o Brexit. Nem sequer entre os apoiantes de Corbyn há consenso. No Labour há apoiantes do Brexit e do Remain e apoiantes e opositores a um segundo referendo. A semana passada, 71 parlamentares do Labour defenderam publicamente o segundo referendo. Daí também a redação cautelosa da proposta.

Já May recusa totalmente a possibilidade de excluir a saída não negociada. A primeira-ministra britânica defende que um segundo referendo iria “prejudicar a coesão social” e “minar a fé na democracia”. Mas os conservadores não estão menos desunidos.

Com o chamado “plano B”, apresentado na segunda-feira a relevar ser pouco mais do que a versão anterior do acordo, a crise política dos Tories arrasta-se.

O governo prepara o cenário da saída não negociada. Preparativos que são também fustigados pelo Labour que estima que, por hora, o governo tem gasto 171 mil libras nos preparativos do “no-deal”.

 

Termos relacionados Brexit, Internacional
(...)