Populista, egocêntrico, colecionador de discursos contra minorias, Johnson foi eleito com votos dos membros do partido conservador, sem eleições e terá grandes dificuldades em resolver o problema do Brexit.
O Reino Unido prepara as próximas (e derradeiras?) eleições europeias com muitas interrogações e muito para além do signo da incerteza. Mais do que dos resultados, duvida-se do processo.
O referendo britânico à permanência na União Europeia saldou-se por uma vitória dos partidários do abandono da UE por parte do Reino Unido. Para este resultado, que deixou a Europa em choque, contribuíram diversos fatores.
Viro-me agora para a esquerda britânica que, perante o condicionamento do referendo pela luta interna das direitas, se vê aprisionada num processo que não desejou, não controla e escassamente influencia.
O acumular de uma retórica nacionalista e xenófoba com uma Europa deprimida e com políticas sociais e monetárias totalmente destruidoras resulta numa população preparada e disponível para enfrentar as incertezas de um Reino Unido fora da UE.
O referendo britânico da próxima semana começa a tornar-se um susto para a União Europeia e deixou de ser visto condescendentemente como um mero jogo de Cameron, para passar a ser sentido como uma ameaça real.