A manifestação deste domingo em Rabat juntou, consoante as diversas fontes, entre 300 mil a um milhão de pessoas, no maior protesto realizado até agora contra a normalização das relações entre Marrocos e Israel. O apelo do Grupo de ação nacional pela Palestina e a Frente marroquina de apoio à Palestina juntou partidos de esquerda e organizações islamistas no apelo ao Estado marroquino para travar a normalização de relações com Telavive e apoiar o povo palestiniano na sua resistência à ocupação.
Segundo o relato do Mediapart, reinava na multidão um ambiente familiar, com a presença de avós, filhos e netos. "O que nos une não é apenas o islão, é também a nossa arabidade", contava Rajaa, presente na marcha com a sua filha. "Mas é sobretudo a nossa humanidade. O mais importante nisto tudo é a injustiça sofrida pelos palestinianos. Porque não aceitamos a injustiça, nem para nós nem para os outros", prosseguiu, apontando a colonização como uma traumatismo comum aos dois povos.
Hundreds of thousands of Moroccans overwhelm the streets of Rabat in support of the people of Palestine who are facing genocide these days by the Israeli war machinery. pic.twitter.com/z9RE9WqzAd
— Quds News Network (@QudsNen) October 15, 2023
O acordo assinado em 2020 por Marrocos e Israel, mediado pelos Estados Unidos, reabriu as relações comerciais e permitiu abrir delegações de interesses de ambos os países. Em troca desta normalização, o reino marroquino obteve o reconhecimento por parte dos dois países da soberania sobre os territórios que ocupa no Sahara Ocidental.