Descontos para fundos de pensões

Catarina promete travar “expropriação automática das poupancas”

20 de novembro 2025 - 17:35

A comissária europeia Maria Luís Albuquerque quer que os países da UE implementem o desconto automático de parte dos salários para planos de pensões privados. Catarina Martins desafia candidatos a Belém a pronunciarem-se sobre a proposta.

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Catarina Martins
Catarina Martins. Foto de Rafael Medeiros

Pela voz da comissária portuguesa Maria Luís Albuquerque, a Comissão Europeia pediu esta quinta-feira aos países da UE para adaptarem os seus sistemas de pensões para promover mecanismos complementares – como seguros de reforma e planos de poupança reforma (PPR) -, através da inscrição automática. Com esta medida, todos os trabalhadores passariam a descontar uma percentagem do salário para estes fundos, cabendo ao trabalhador o ónus da iniciativa para sair deste esquema financeiro.

Para justificar esta proposta que potencialmente vai transferir muitos milhares de milhões de euros dos salários para o sistema financeiro, Maria Luís Albuquerque diz-se “preocupada com aqueles que são mais jovens e cuja pensão, se ficarem apenas sujeitos ao sistema público, pode ser muito baixa para lhes garantir condições de vida adequadas na velhice”.

Opinião contrária tem Catarina Martins, que considera que “esta é uma proposta gravíssima”.

“O que a Comissária Maria Luís Albuquerque está a propor é a expropriação automática das poupanças das pessoas, para as entregar a fundos de pensões privados, daqueles que têm falido a torto e a direito. Quem não quiser tem de optar por sair do regime”, alerta a candidata presidencial, desafiando os restantes candidatos a pronunciarem-se “sobre esta barbaridade”.

Catarina não tem dúvidas de que o propósito de Ursula von der Leyen e Maria Luís Albuquerque “é transparente: usar as poupanças das pessoas para as jogar no casino dos mercados financeiros e preparar o caminho para a privatização da Segurança Social”. Uma proposta que “está fora das competências da comissária, é inconstitucional e, se for Presidente, usarei os poderes ao meu dispor para a travar”, promete.