A plataforma Casa Para Viver organizou esta quarta-feira um protesto, enchendo a Rua Nova do Desterro, em Lisboa, de tendas em protesto contra a especulação e as medidas que agravam a crise de habitação em Portugal. Os porta-vozes da plataforma falam num “agravamento da situação de habitação” desde a tomada de posse do governo da Aliança Democrática.
“Nas últimas manifestações que fizemos, conseguimos mobilizar para algumas mudanças e tivemos conquistas”, diz ao Esquerda Rita Silva, porta-voz da plataforma e membro da Vida Justa. “Não resolveram o problema mas eram conquistas importantes. Conseguimos acabar com os vistos gold e um compromisso para acabar com os residentes não-habituais”.
Agora, no entanto, o governo “veio revogar quase todas essas medidas que tínhamos conquistado”. Segundo a porta-voz, o programa Construir Portugal, apresentado por Luís Montenegro “é um pacto com o setor imobiliário para construir mais e dar benefícios à construção de imobiliário”.
Fazendo um histórico das conquistas da plataforma Casa Para Viver, Rita Silva considera que é muito importante sair à rua e “dizer às pessoas que não se podem cansar de vir para a rua”. “Só na rua conseguimos pressionar por medidas e estamos aqui para protestar o retrocesso nas políticas de habitação”.
A ativista lembra ainda que a plataforma Casa Para Viver convocou uma nova manifestação nacional para o próximo sábado, dia 28 de setembro.
Lutas
Casa Para Viver: plataforma convoca nova manifestação pela habitação para 28 de setembro
Beatriz Lopes, porta-voz da plataforma e também membro da Vida Justa, explica que a ação de protesto é importante também para chamar a periferia à manifestação pelo direito à habitação. “Trazer o pessoal da margem sul, da linha de Sintra, porque também fazem parte da voz política”.
Segundo a porta-voz, a casa é uma das principais dificuldades para os imigrantes que chegam a Portugal, mas também para quem nasce e cresce nas periferias. “A manifestação simboliza que também podes reivindicar e devemos exigir aquilo que também é nosso”.
A manifestação marcada para o próximo sábado já conta com a adesão de mais de 20 cidades, entre as quais Lisboa, Porto, Braga, Coimbra e Aveiro, mas também Portimão, Faro, Ponta Delgada e Funchal.