Após discussão sobre os tempos da extensão a dar ao Brexit, em que Theresa May propunha uma curta (30 de junho) e Donald Tusk propunha uma longa (março de 2020), os 27 chefes de Estado e governo da União Europeia acertaram a data de 31 de outubro como prazo para as negociações do Brexit.
A nova proposta inclui ainda uma “revisão intercalar”. No mês de junho, será feito um ponto de situação de forma a aferir-se do avanço do processo político para a ratificação do acordo de saída.
Após reunião do Conselho Europeu, que terminou na madrugada desta quinta-feira, Donald Tusk afirmou que a extensão era “tão flexível quanto previra”, embora “um pouco mais curta do que esperava”. Ainda assim, considera que o prazo é suficiente para que o Reino Unido consiga encontrar “a melhor solução possível” e apelou a que esse tempo não fosse desperdiçado.
A proposta demorou horas a ser negociada pelos 27 Estados-membros e foi aceite por Theresa May, primeira-ministra britânica, que inicialmente pedira um prolongamento do prazo mais curto. Sem acordo, só lhe restava a saída do Reino Unido já esta sexta-feira.
A postura de França deixou algumas dúvidas até ao fim, uma vez que Macron, presidente da república francesa, era um firme defensor de uma maior pressão sobre o Reino Unido. A delegação francesa dizia ainda que uma proposta para uma extensão mais longa do prazo do Brexit que não incluísse condições rigorosas não teria o acordo de França. Como a decisão tinha de ser unânime, esta postura poderia ter inviabilizado uma solução, embora no final tenha havido acordo, uma vez que a solução da UE parece responder às questões levantadas por Macron a respeito de um prazo extenso.
Entretanto, Theresa May já pôs em marcha todos os procedimentos para a organização das eleições europeias no Reino Unido, uma vez que um adiamento que se sobrepusesse à data dessas eleições o obrigaria a participar nas eleições.