Bombeiros sapadores de todo o país juntaram-se esta terça-feira em Lisboa para protestar e pressionar o governo a aceitar as suas reivindicações durante a reunião com os sindicatos representativos dos bombeiros. Alguns dos bombeiros furaram o cordão policial à sede do governo, lançando petardos e segurando tochas, protestando com sirenes.
São mais de trezentos profissionais que se concentraram em Alvalade e marcharam até ao edifício Campus XXI, sede do governo, para mostrarem o seu descontentamento com a forma como as suas carreiras têm sido tratadas. “Enquanto salvamos vidas o governo brinca com as nossas”, lê-se nos cartazes dos sapadores em luta.
Sociedade
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O governo apelidou a manifestação de “desordeira” e, sob esse pretexto, suspendeu a reunião com os vários sindicatos que representam os bombeiros. Segundo o Expresso, o Executivo de Luís Montenegro considerou que não estavam reunidas condições de segurança e afirmou “não aceitar negociar perante formas não ordeiras de manifestação”
Os bombeiros permaneceram no exterior do edifício. O dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, António Pascoal, esteve presente nas negociações com o governo e afirmou que a proposta que foi discutida “continua a não satisfazer aquilo que os bombeiros querem”.
“Enquanto o governo não aceitar negociar e não venha ao encontro das nossas propostas, as linhas que traçámos com todos vocês, não vamos ceder”, afirmou aos órgãos de comunicação social. Frederica Pires, do regimento de sapadores dos bombeiros de Lisboa, também criticou a postura do governo, dizendo que “a suspensão da reunião mostra que o governo está a desesperar”.
Os bombeiros sapadores têm-se manifestado nos últimos meses pela revisão da carreira, que tem sido esquecida pelos últimos governos. Entre as reivindicações estão também o aumento do subsídio de risco, o estatuto de profissão de desgaste rápido e um novo sistema de avaliação específico para os sapadores.