A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda esteve presente esta segunda-feira num protesto dos bombeiros sapadores no Porto, onde defendeu que os motivos que levaram os sapadores a protesto são “mais do que compreensíveis e do que justos”. Em causa está a desvalorização da profissão devido ao aumento do custo de vida e as condições de risco a que os profissionais se sujeitam.
O protesto dos bombeiros sapadores dura há 41 dias, mas as suas reivindicações ganharam mais visibilidade no dia 3 de outubro, quando os seus colegas em Lisboa organizaram um protesto em frente à Assembleia da República. Mostrando solidariedade com os profissionais no Porto, Mariana Mortágua falou numa situação “incomportável” que “humilha estas pessoas”.
Segundo a dirigente bloquista, “estes bombeiros recebem muito pouco mais do que o salário mínimo nacional e à medida que o salário mínimo foi subindo eles foram perdendo o subsídio de risco que era parte do seu salário”. De facto, no início do milénio o salário dos bombeiros sapadores era mais do dobro do salário mínimo, mas hoje em dia é pouco mais dos €820 previstos na lei.
Mariana Mortágua sublinha a justeza das reivindicações daqueles trabalhadores. “Ter uma carreira que lhes permita progredir e ter uma expectativa sobre o que vai ser o futuro, ter um salário digno e um subsidio de risco adequado às suas funções, que toda a gente entende que são de risco, e poder voltar a um regime de reforma adequado às funções que estão a desempenhar”.
Questionada pelos jornalistas sobre o Orçamento do Estado para 2025, a coordenadora do Bloco de Esquerda voltou a dizer que é um mau orçamento “porque vai rebentar com o Serviço Nacional de Saúde, vai aumentar o preço da habitação, porque não responde aos sapadores, porque cria regimes fiscais injusto que privilegiam os mais ricos, as elites, os futebolistas e as grandes empresas”.
O protesto dos bombeiros sapadores do Porto e de Vila Nova de Gaia têm marcada para esta terça-feira uma concentração que será o culminar dos 41 dias de protesto em frente a Câmara Municipal do Porto.