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Bloco quer ouvir Pizarro sobre situação das urgências hospitalares

À medida que vários hospitais anunciam interrupções dos serviços de urgência por falta de médicos, o ministro da Saúde tem de assumir as suas responsabilidades no Parlamento, defende a deputada Isabel Pires.
Placa "Serviço de Urgência"
Foto de Paulete Matos.

O Bloco entregou um pedido de audição urgente do ministro da Saúde no Parlamento para dar explicações acerca da grave situação que atravessam as urgências em muitos hospitais do país. Com cada vez mais médicos a recusarem ultrapassar o limite legal das 150 horas extraordinárias anuais, há hospitais com dificuldade em fazer escalas para as urgências, mesmo após já terem "desviado" médicos das consultas e cirurgias programadas para essas escalas, pois a maioria já ultrapassou largamente aquele limite de horas extra.

"A situação é muito grave, insustentável e pode piorar substancialmente nas próximas semanas", avisa a deputada bloquista Isabel Pires, atribuindo ao Governo a responsabilidade pela situação a que se chegou. "Primeiro, porque acharam que podiam manter o SNS, não contratando os médicos e outros profissionais necessários, mas sustentando-o em horas extraordinárias muito para além do previsto na lei. Segundo, porque quiseram fazer um simulacro de negociações que se arrastaram por 17 meses e que não apresentaram melhorias nas condições de trabalho e de carreira dos trabalhadores do SNS", aponta Isabel Pires.

Perante a dificuldade em gerir a situação que criou, o Governo está a optar por anunciar encerramentos rotativos de várias urgências, ou seja, em diminuir a capacidade de resposta do SNS quando o que se exige é o contrário, acrescenta a deputada.

É esta "estratégia de degradação" que o Bloco de Esquerda contesta, lembrando que no Natal passado houve o primeiro fecho rotativo de urgências que implicava o encerramento de nove urgências de obstetrícia e am abril deste ano de quatro urgências de pediatria. Agora, o plano proposto para o inverno promete encerrar dez urgências de obstetrícia e sete de pediatria.

"O ministro da Saúde não pode continuar a esconder-se atrás do Diretor Executivo do SNS e não pode continuar a sacudir as responsabilidades como quem sacode água do capote. Tem de dar a cara pela gravíssima situação que se vive que tem sido criada por si e pelo Governo do PS", conclui Isabel Pires no requerimento entregue à Comissão Parlamentar de Saúde para que Manuel Pizarro seja ali ouvido o quanto antes.

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