O Bloco de Esquerda agendou um debate de urgência sobre a situação internacional e a coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu esta terça-feira que a União Europeia está em “profunda desorientação” e “paralizada” face à política externa estadunidense. Mariana Mortágua defendeu que “os Estados Unidos da América não são um aliado”.
Em conferência de imprensa, a dirigente bloquista criticou a posição da União Europeia, mas também do governo português perante “as manobras de destabilização das democracias europeias por parte da presidência norte-americana” e perante “negociações que envolvem a Ucrânia mas nas quais a Ucrània não está presente”.
“Os interesses dos Estados Unidos da América não são os interesses estratégicos da União Europeia”, disse Mariana Mortágua. A coordenadora bloquista apontou o facto de o governo estadunidense apoiar vários partidos de extrema-direita na Europa, entre os quais a Alternative für Deutschland, na Alemanha, como um indicador da “desestabilização das democracias” europeias.
O Bloco de Esquerda é crítico do facto da União Europeia ter abdicado de uma posição autónoma sobre situações internacionais, em particular sobre a guerra da Ucrânia. “Não tentou negociações de paz, não quis a paz a sério e abdicou de ser um ator essencial para conquistar a paz”, disse.
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“A União Europeia não tem qualquer noção sobre qual é o seu desígnio estratégico e qual é o seu rumo”, afirmou Mariana Mortágua. “Há Estados que já disseram que querem enviar tropas para a Ucrânia”.
As declarações surgem depois da presença do vice-presidente estadunidense em Munique e das notícias sobre as negociações de paz na Ucrânia entre os Estados Unidos da América e a Rússia, que ignoraram a Ucrânia. Depois das negociações, foi anunciado que vão ser criadas equipas negociais dos EUA e da Rússia para procurar solução para o conflito, segundo avança o jornal Público.
Mariana Mortágua defendeu que o debate político português está a ser intoxicado e que os debates importantes sobre a situação da União Europeia têm “passado ao lado”. O debate de urgência acontecerá na próxima quarta-feira e a coordenadora do Bloco de Esquerda espera “poder contar com a presença do governo”.