O protesto convocado pelo Comité de Solidariedade com a Palestina teve lugar junto à nova sede do Governo português, no edifício da Caixa Geral e Depósitos, e serviu para mostrar a indignação com a inação do executivo do PSD/CDS face ao navio cargueiro que hasteia o pavilhão português e vai agora a caminho da Eslovénia, transportando oito contentores com explosivos para os militares israelitas, depois de ter visto proibida a entrada nos portos da Namíbia e de Angola.
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Mais de duas centenas de pessoas entoaram palavras de ordem como “O barco sionista é para parar, a bandeira portuguesa não pode matar” ou “O barco é para parar, a bandeira é para tirar”. A ativista palestiniana Shahd Wadi falou da campanha internacional que continua a pressionar o governo português a retirar a bandeira nacional a este navio registado na Madeira por razões fiscais. A relatora especial da ONU Francesca Albanese já alertou que a inação do governo português poderá ser lida como cumplicidade com o genocídio à luz da lei internacional e das convenções subscritas por Portugal.
Também presente neste protesto, a coordenadora bloquista Mariana Mortágua disse aos jornalistas que “o genocídio e o massacre do povo palestiniano são crimes de guerra que contam com a cumplicidade de muitos estados, como o estado português” e defendeu que “Portugal não pode ser cúmplice do genocídio, é uma acusação indigna para o nosso país, não é esse o país que nós queremos”.
“E se fossem os nossos filhos ou os nossos familiares a morrerem naqueles escombros às mãos do governo israelita? Vamos mesmo querer a bandeira portuguesa naquelas armas que estão a matar crianças?, questionou Mariana, concluindo que o Governo deve imediatamente “retirar a bandeira” ao cargueiro Kathrin e assim poupar Portugal à vergonha de vir a ser responsabilizado pela justiça internacional enquanto cúmplice da matança que já vitimou mais de 40 mil pessoas em Gaza, na maioria mulheres e crianças.