O voto proposto pelo grupo municipal do Bloco de Esquerda foi aprovado por maioria, com os votos favoráveis de todas as bancadas, à exceção do PCP, que votou contra, e do PEV, que se absteve.
Pelo voto aprovado, a AML exprime solidariedade a Luaty Beirão, sua família e amigos e para com todas pessoas detidas no dia 20 de junho.
A AML recomenda a imediata libertação das pessoas detidas no dia 20 de junho e decide remeter ao órgãos de soberania, aos grupos parlamentares e à Embaixada de Angola em Portugal.
O voto lembra que Henrique Luaty Beirao (conhecido como “lkonoklasta”), Manuel Nito Alves, Afonso Matias “Mbanza-Hamza”, Jose Gomes Hata, Hitler Jessy Chivonde, Inocencio Antonio de Brito, Sedrick Domingos de Carvalho, Albano Evaristo Bingocabingo, Fernando Antonio Tomas “Nicola”, Nelson Dibango Mendes dos Santos, Arante Kivuvu Lopes, Nuno Alvaro Dala, Benedito Jeremias, Domingos Jose da Cruz e Osvaldo Caholo foram presos no dia 20 de junho, quando se encontravam a fazer a leitura de um capitulo do livro “Ferramentas para destruir o ditador e evitar nova ditadura - Filosofia política da libertaçãoo para Angola”, da autoria do jornalista Domingos da Cruz (também detido).
O voto lembra também que as pessoas detidas, três meses depois de presas, foram acusadas de planearem “após a destituição dos órgãos de soberania legitimamente instituídos, formar o que denominaram ‘Governo de Salvação Nacional’ e elaborar uma ‘nova Constituição’”.
O voto salienta ainda que Luaty Beirão continua em greve de fome, há 23 dias, que “o seu estado de saúde é muito grave e a sua vida encontra-se em perigo”.
O voto lembra ainda que o Bloco de Esquerda apresentou na Assembleia da República um voto de condenação das prisões, onde se considerava que devia ser tomada “uma posição firme, condenando a detenção de ativistas cívicos e pacíficos e repudiando o esmagamento dos seus direitos” e aponta: “Este apelo e agora ainda mais pungente”.
Nesta quarta-feira, 14 de outubro, vão realizar-se, em Lisboa, concentração e vigília de solidariedade com os 15 presos políticos angolanos. As ações estão a ser divulgadas no facebook e nelas irá estar presente o jornalista Rafael Marques.