Repressão em Angola

O regime angolano, ao condenar os 17 ativistas, não faz mais do que revelar o seu próprio medo do fim.

Uma semana após terminar a greve de fome, que se prolongou por 36 dias, o rapper angolano juntou-se aos restantes 14 ativistas detidos em Luanda.

O jornalista angolano e ativista dos direitos humanos Rafael Marques reuniu esta terça-feira com o Bloco de Esquerda e revelou aos jornalistas o texto da acusação sobre os ativistas presos. Catarina Martins apelou a que os olhos do mundo não se desviem de Angola enquanto não forem libertados os jovens detidos por lerem um livro.

O ativista angolano decidiu terminar a greve de fome ao fim de 36 dias e numa carta dirigida aos companheiros de prisão diz esperar que “os responsáveis do nosso País também parem a sua greve humanitária e de justiça”. 

Concentração-vigília pela libertação de Luaty Beirão, no dia em que completou 31 dias de greve de fome, e dos jovens ativistas presos em Angola. A ação de solidariedade teve lugar no Rossio em Lisboa, no dia 21 de outubro de 2015.

Rafael Marques visitou os 14 presos, que pedem ao rapper que termine a greve da fome e volte para junto deles “com saúde” e “com vida”. Depois transmitiu as mensagens a Luaty Beirão para que "sem pressão", ouça a voz "dos seus companheiros de prisão, aquilo que eles pensam que devem de ser os próximos passos".

A solidariedade com Luaty Beirão e companheiros passou esta semana por duas cartas abertas dirigidas ao presidente de Angola. O esquerda.net publica as cartas de Alípio de Freitas e dos réus e advogados do processo 44/70, em que a PIDE acusava jovens naturais de Angola de colaborarem com “movimentos terroristas” e de “atentarem contra a segurança do Estado”.

O PSD/Madeira recusou discutir o voto de solidariedade do Bloco com os ativistas angolanos detidos desde junho. Esta quarta-feira, os dois deputados bloquistas vestiram camisolas com a cara de Luaty Beirão e a frase: “Liberdade Já”. Às 18h30 há nova vigília em Lisboa e no Porto.

Numa carta aberta dirigida ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, e ao embaixador português em Angola, um conjunto de artistas, intelectuais e políticos portugueses e estrangeiros pedem ao Governo para que tome “uma posição e publicamente exija a imediata libertação” de Luaty Beirão.

Numa carta endereçada a José Eduardo dos Santos, a jornalista, escritora e tradutora espanhola afirma que espera que “prevaleçam os princípios do respeito pela justiça sobre todas as atitudes que desmerecem a democracia”.