A Assembleia Legislativa Regional da Madeira reuniu hoje com um protesto em forma de t-shirts solidárias com Luaty Beirão, o ativista em greve de fome e os restantes 14 ativistas angolanos detidos desde junho por exercerem o seu direito à reunião e liberdade de expressão.
Roberto Almada e Rodrigo Trancoso reagiram assim à decisão da véspera, tomada pelo PSD contra as restantes bancads do parlamento madeirense, de não agendar para esta sessão o debate e votação do voto de solidariedade com os ativistas angolanos, proposyo pelo Bloco de Esquerda.
"O Bloco/Madeira estranha esta estranha aliança entre o PSD Madeira e o regime ditatorial de José Eduardo dos Santos e lamenta que não se dê a possibilidade de a Assembleia Legislativa se pronunciar em tempo útil pelos atentados em curso aos direitos humanos em Angola", reagiu o partido em comunicado, deixando ainda a questão: "Que interesses terão os grupos financeiros angolanos na região que impeçam o maior partido em ser célere na condenação destas atrocidades?".
Vigílias em Lisboa e Porto às 18h30
Esta quarta-feira Luaty Beirão cumpre o 31º dia de greve de fome e fez saber que deseja regressar ao local onde estão detidos os restantes ativistas, à espera do julgamento marcado para 16 de novembro. Luaty insiste em defender a sua libertação e a dos seus companheiros, para que possam aguardar o julgamento em liberdade.
Entretanto, o governo provincial de Angola proibiu a realização de uma manifestação de dois dias nas vésperas do julgamento, por coincidir com as datas marcadas para a comemoração dos 40 anos de independência de Angola. As duas marchas teriam como destino o palácio presidencial e o Tribunal Constitucional do país.
Em Portugal, a onda de solidariedade prossegue com duas vigílias, em Lisboa e no Porto, com início marcado para as 18h30 no Rossio e na Boavista, em frente ao Consulado de Angola, respetivamente.