A EDP registou um resultado líquido de 801 milhões de euros em 2024, anunciou esta quinta-feira o presidente executivo da empresa, Miguel Stilwell de Andrade, na apresentação dos resultados anuais. O lucro registado ficou acima do ano de 2022, mas abaixo de 2023, e o presidente executivo utilizou a oportunidade para atacar a Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE).
Apesar das centenas de milhões de euros em lucros, o presidente executivo da EDP chamou ao imposto um “completo contrassenso”, dizendo que o imposto já não é “compreensível”. Não é a primeira vez que a EDP ataca o CESE. Aliás, em 2018 a empresa decidiu simplesmente deixar de pagar a contribuição extraordinária, fazendo com que o primeiro-ministro à altura, António Costa, acusasse a EDP de uma “atitude hostil”.
Envolvida em litigância com o Estado por causa da contribuição extraordinária, um processo que se tornou comum para as grandes energéticas, a EDP manteve a sua postura e procurou contestar sempre que possível a legitimidade do imposto. Ao Expresso, Miguel Stilwell de Andrade admite que os recursos continuam à espera de decisões.
Apesar de várias contestações sobre o imposto terem sido abandonadas durante a pandemia, uma decisão do Tribunal Constitucional em 2024, que apontou a inconstitucionalidade do CESE que recai sobre os centros produtores com fonte renovável, foi mote para voltar a atacar o imposto de forma geral.
A contestação por parte do presidente executivo da EDP surge também num momento em que se vê pressionado pelos maus resultados da EDP Renováveis, que teve esta quinta-feira uma forte queda na bolsa, depois do anúncio de prejuízo em 2024.