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António Alves Vieira (1987-2018)

Ator de profissão, António era ativista LGBTI, impulsionador da Marcha do Orgulho LGBT do Porto e militante da luta pelos direitos laborais dxs artistas do espetáculo e por uma outra política cultural.  O Bloco de Esquerda expressa o seu profundo pesar à família, amigxs, camaradas e a todxs xs ativistas que cruzaram os seus caminhos com o António.
António Alves Vieira (1987-2018)

Morreu neste sábado, 11 de agosto, o António Alves Vieira. Nascido no Marco de Canaveses, o António era ator. Fez o curso de interpretação na Academia Contemporânea do Espetáculo, no Porto e estudou na Escola Jacques Lecoq, em Paris. Trabalhou como ator em várias companhias de teatro (entre outras, Teatro do Bolhão, o Centro Dramático de Viana/Teatro do Noroeste, Teatro das Beiras, Terra na Boca).

Trabalhou também como produtor (por exemplo, no Teatro da Didascália) e fez espetáculos por sua iniciativa, com textos escritos para ele ou por ele. Participou em vários filmes (por exemplo, “A rapariga da máquina de filmar”) e em séries e novelas na televisão (como “Rosa Fogo”, entre outras). Era formador de teatro, de interpretação e de movimento. Tinha neste momento em mãos o projeto de interpretar um texto escrito pela Regina Guimarães. Além de ator, o António era também poeta, tendo publicado um livro de poemas pela editora Korpus e tendo poesia sua inserida em obras coletivas, como a “Antologia da Cave - 25 anos de Poesia no Pinguim Café”.

Ativista destacado do movimento LGBTI em Portugal, António Alves Vieira era um militante ativo das Panteras Rosa e um impulsionador da Marcha do Orgulho LGBT do Porto, tendo participado nela desde o início, na sequência do seu envolvimento na reação que teve lugar na cidade quando Gisberta foi assassinada, em 2006. Fez parte da organização do MayDay no Porto. Fez parte do ContraBando - Espaço Associativo, sendo um dinamizador cultural empenhado e comprometido. Foi um militante da luta pelos direitos laborais dxs artistas do espetáculo e por uma outra política cultural. Esteve em várias lutas anti-racistas, anti-fascistas, anti-autoritárias. Diversas associações, coletivos e pessoas com as quais António fez um caminho comum expressaram já a enorme perda que a sua morte representa para o combate da luta LGBTQI e contra todas as discriminações, para o campo socialista e ativista em Portugal.

Militante do Bloco de Esquerda, teve uma ação intensa em diversos momentos, campanhas e causas políticas, tendo sido, por diversas vezes, candidato pelo Bloco em eleições. Destaca-se o seu papel na participação intensa e insubstituível, por exemplo, na candidatura à Câmara do Porto em 2013 - “E se virássemos o Porto ao contrário?” e na campanha presidencial de Marisa Matias, em 2016.

O Bloco de Esquerda expressa o seu profundo pesar à família, amigxs, camaradas e a todxs xs ativistas que cruzaram os seus caminhos com o António. A luta pela emancipação fica hoje mais pobre, mas o António servirá como inspiração para os combates do futuro.

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