Agentes culturais exigem o fim imediato do genocídio do povo palestiniano

30 de janeiro 2024 - 16:32

Cerca de duas dezenas de associações culturais assinaram em conjunto uma carta aberta em Solidariedade à População de Gaza, e apelam ainda que Portugal apoie a África do Sul, que acusa Israel de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça.

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Fotografia de Mohammed Saber - Lusa

A iniciativa da Carta Aberta por uma Palestina livre surge da vontade da comunidade artística de Portugal não poder “deixar de continuar a expressar o seu mais sentido pesar por todas as vítimas, directas ou indirectas, desta hecatombe.”

“Não é sem uma sensação de impotência que observamos a desdita entre o Governo de Israel e a Organização das Nações Unidas, e a desconsideração pelas leis do Direito Internacional Humanitário. E não é sem igual embaraço que observamos a ausência de qualquer medida por parte do Governo de Portugal em respeito a esta situação, que tão claramente afronta qualquer ideal de humanidade e qualquer possibilidade real de justiça e liberdade.”, escrevem os signatários.

As associações culturais que subscreveram esta carta congratulam-se que o Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, tenha dado apoio à posição tomada pelo Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, mas criticam nada ter sido feito “relativamente aos negócios que se mantêm com Israel, em particular através da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.” 

Estes agentes culturais signatários da carta aberta não compactuam com o posicionamento do Estado de Israel em bombardear indiscriminadamente a Faixa de Gaza e criticam também a ausência de reação da União Europeia, “inibindo-se de sancionar o Estado de Israel, por um lado, e de reconhecer o Estado da Palestina por outro.”

A comunidade artística de Portugal não aprova estes atos, pelo que apela a que o Governo de Portugal "condene os crimes de guerra e os contra a humanidade perpetrados pelo governo de Netanyahu, sancionando de imediato o Estado de Israel na medida do seu alcance, não deixando de pressionar a União Europeia, nas figuras que a representam, a adoptar medidas que fazem valer as convenções Europeias e a aplicação do direito internacional.”

Entre os signatários encontram-se associações como a a Pé de Cabra, Associação Parasita, a Bela Associação, Jonas&Lander, Noitarder - Associação Cultural, Performart – Associação para as Artes Performativas em Portugal, ou a REDE - Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea. A carta aberta continua disponível para recolha de mais subscritores da área da cultura.

Esta carta aberta é mais uma em dezenas de iniciativas similares que têm movido a comunidade artística portuguesa em torno da libertação da Palestina e condenação do Estado de Israel.

Foi convocada outra grande manifestação nacional, para o próximo dia 10 de fevereiro, em Braga, Lisboa e Faro, para exigir uma Palestina livre de ocupação, opressão, agregação, imperialismo e colonialismo.