Está aqui

737 Max 8 despenha-se na Etiópia, Boeing cai na bolsa

Voo 302 da Ethiopian Airlines despenhou-se este domingo seis minutos após descolar da capital etíope, vitimando 157 pessoas. Acidente levou a companhia a suspender voos do modelo afetado, seguindo-se a China e Indonésia. Ações da Boeing registaram queda acentuada com a notícia.
Boeing 737 Max 8 da China Southern Airlines. Foto de Kameeru/Flickr.
Boeing 737 Max 8 da China Southern Airlines. Foto de Kameeru/Flickr.

Este domingo, o voo 302 da Ethiopian Airlines entre as capitais da Etiópia e do Quénia levava pouco mais de cinco minutos após a descolagem quando se despenhou, vitimando toda a tripulação e passageiros num total de 157 mortos. As caixas negras já foram recuperadas e a investigação está em curso.

Foi o segundo acidente fatal em seis meses envolvendo um Boeing 737 Max 8. A 29 de outubro de 2018, o voo 610 da Lion Air na Indonésia, entre Jakarta e Pnagkal Pinang, despenhou-se 12 minutos após a descolagem, com a morte de 189 pessoas.

O acidente levou a Ethiopian Airlines a decretar a suspensão de todos os voos com o modelo afetado. Mas as implicações mais sérias do acidente para o fabricante, e para a indústria aeronáutica americana, ocorreram fora da Etiópia. A autoridade reguladora da aviação na China mandou parar todos os voos com o modelo afetado, decisão seguida também pela sua congénere indonésia. A Ethiopian Airlines tem cinco aparelhos deste tipo ao serviço, já as companhias chinesas têm ao todo 96, distribuídos por 13 operadores.

O 737 Max 8 pertence à última geração do Boeing 737, o avião de passageiros mais vendido de toda a história, presença habitual nos aeroportos do mundo desde os anos 60. Atualmente nos céus portugueses a Ryanair opera exclusivamente com Boeing 737 (embora não a variante Max 8 que se despenhou); a TAP também operou muitos anos o modelo até concentrar a sua frota no fabricante europeu Airbus.

O Boeing 737 é a espinha dorsal do negócio da Boeing, em feroz concorrência com o modelo rival da Airbus (o Airbus A320, operado entre nós por exemplo pela TAP ou EasyJet). A Boeing tem perto de cinco mil encomendas da última geração, metade delas na variante Max 8, o que significa aproximadamente uma produção de 700 aeronaves e uma receita de 30 mil milhões de dólares por ano.

Com números destes em causa, devido às ordens de suspensão de voos, as ações da Boeing caíram acentuadamente esta segunda-feira na reabertura das bolsas. Ao início do dia a queda foi logo de 13%, situando-se a meio do dia nos 8%, a 388 dólares por ação. O índice Dow Jones, que inclui as grandes empresas industriais americanas, apesar disso não caiu, tendo a queda da Boeing sido contrabalançada por subidas de outras empresas.

O fabricante americano, além da participação habitual nas investigações ao acidente, está em conversações com as autoridades chinesas, num ambiente que será certamente afetado pelos conflitos comerciais crescentes entre a China e os EUA liderados pela administração Trump.

Termos relacionados Internacional
(...)