A porta-voz do Bloco de Esquerda participou na manifestação da CGTP, comemorativa do 1º de Maio, em Lisboa.
À comunicação social, Catarina Martins declarou: “Este é o primeiro ano, em muitos anos, em que houve algumas conquistas para quem vive do seu trabalho. Aumentou o salário mínimo nacional, os funcionários públicos não têm cortes inconstitucionais, quem vive do seu trabalho paga menos impostos, isso foi um avanço”.
Salientando que “é pouco”, a porta-voz do Bloco lembrou “tanta gente que não tem emprego e precisa de emprego” e tanta gente em “falso trabalho temporário, em falsos recibos verdes, falsas bolsas, falsos estágios, tantos abusos, tantos contratos a prazo” e sublinhou: “Tanto que é preciso conquistar do direito do trabalho”.
Catarina Martins, que estava acompanhada pelas deputadas Joana Mortágua e Isabel Pires, salientou também: “Em Portugal hoje a precariedade é a regra do trabalho e quem está precário é quem tem medo no local de trabalho e não está a viver a democracia como deve viver".
A porta-voz do Bloco referiu ainda que “o 1º de Maio é muito mais do que um dia de celebração das lutas pelo Trabalho ao longo de 130 anos”, realçando que é também “um dia de reivindicação”, considerou que “precisamos de muito mais, de ser exigentes, de sair à rua” e apontou: “Queremos Mais. Mais Emprego, mais direitos para quem trabalha, mais salários e pensões”.
Semana de luta nacional entre 16 e 20 de maio
Ao “Público”, o secretário geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou sobre a atuação do atual governo e referindo-se à necessidade de pôr fim à precariedade: "Há uma inversão da política, mas não basta, é preciso ir mais longe".
No final da manifestação da CGTP, Arménio Carlos anunciou a realização de uma semana de luta, de 16 a 20 de maio, com greves, manifestações e concentrações, pela reposição dos direitos dos trabalhadores.
Segundo a Lusa, Arménio Carlos justificou a iniciativa afirmando que “só com a luta se alcança a mudança”. A semana de luta é pelo aumento de salários, pelo emprego com direitos, pela renovação da contratação coletiva e pelas 35 horas de trabalho semanal para os trabalhadores dos setores público e privado.
“Este é o tempo de concretizar a esperança e lutar pela mudança. Um tempo recheado de desafios e de potencialidades […]. O cumprimento das promessas credibiliza os políticos e a política reforça a democracia”, disse ainda Arménio Carlos, concluindo que “as medidas implementadas [pelo atual Governo], embora limitadas, invertem o rumo de cortes sucessivos nos salários, nas pensões e nos direitos” e defendeu que perante o novo quadro político e “nesta nova fase é preciso ir mais longe”.