Sem-abrigo

Depois de se saber que o Ministério da Defesa não concretizou a promessa de ceder o Hospital Militar de Belém para acolher os imigrantes que viviam em tendas junto à igreja dos Anjos, o presidente da Câmara de Lisboa responsabiliza agora “a extrema-esquerda” pela situação.

A crise de habitação que vivemos está a criar mais pessoas sem-abrigo e a empurrar para essa situação pessoas integradas socialmente. O aumento do preço das casas e a inflação são agora condicionantes que aumentam o risco de exclusão de quem trabalha.

A oposição na vereação juntou-se para que passem a existir 800 vagas no sistema housing first até ao fim do mandato do executivo. O vereador Ricardo Moreira defendeu que é uma “medida muitíssimo importante” porque “a cidade está a arder, há tendas em todo o lado. Precisamos de uma resposta agora, não até 2030”.

Funcionários municipais, agentes da PSP e da AIMA identificaram as pessoas que têm pernoitado em tendas junto à igreja dos Anjos à espera de soluções para os pedidos de regularização e em busca de trabalho.

 

Mariana Mortágua visitou esta quinta-feira o Centro de Acolhimento de pessoas sem abrigo do Beato, onde chegam cada vez mais pessoas que trabalham, mas ainda assim não conseguem pagar uma casa. A crise da habitação, defendeu, só se resolve “com casas a preços acessíveis e salários dignos”.

Bloco votou contra o Plano para Pessoas em Situação de Sem Abrigo face à recusa de Carlos Moedas em abrir novas vagas habitacionais neste mandato. Associações apontam aumento do número de pessoas a dormir em espaços como a Gare do Oriente.

Sam Tsemberis defende que investimentos na habitação para ganhar dinheiro “estão a colocar o mercado imobiliário além do alcance dos salários das pessoas comuns”. Pensa que é preciso regular o mercado e construir mais habitação pública.

Em 2019, o Presidente da República dizia que seriam tirados da rua todos os que dela quisessem sair, mas o número de pessoas em situação de sem-abrigo em Portugal aumentou 78% em quatro anos e, neste momento, “há famílias inteiras sem casa”.

Vereadora bloquista questionou o presidente da Câmara de Lisboa sobre as razões para acabar com a resposta de emergência e para adiar há quase um ano a discussão da proposta do Bloco para o acompanhamento destas pessoas em situação vulnerável.

Bloco questiona Governo sobre a situação de várias pessoas vulneráveis a viver em quartos alugados pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e por outras entidades que estão a ser expulsas desses espaços para que os mesmos possam ser alugados para a Jornada Mundial da Juventude.

A Câmara de Lisboa anunciou uma ação de "limpeza das tendas existentes e demais pertences” das pessoas em situação de sem abrigo na Almirante Reis, propondo que se desloquem para o Quartel de Santa Bárbara, há muito com vagas esgotadas e com encerramento marcado para setembro.

Vereadores do Bloco, PS, Cidadãos por Lisboa e Livre apresentaram uma proposta conjunta para encontrar uma solução definitiva de alojamento de emergência no centro da cidade.