Habitação

Preços das casas e inflação estão a aumentar número de pessoas sem-abrigo

18 de julho 2024 - 12:43

A crise de habitação que vivemos está a criar mais pessoas sem-abrigo e a empurrar para essa situação pessoas integradas socialmente. O aumento do preço das casas e a inflação são agora condicionantes que aumentam o risco de exclusão de quem trabalha.

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Fachada de prédio. Fotografia de Esquerda.net
Fachada de prédio. Fotografia de Esquerda.net

A crise de habitação que vivemos está a criar mais pessoas sem-abrigo e a empurrar para essa situação pessoas integradas socialmente. O aumento do preço das casas e a inflação são agora condicionantes que aumentam o risco de exclusão de quem trabalha.

O dirigente da associação Remar, Luís Filipe Macedo, explicou à Lusa que enquanto no passado o perfil das pessoas sem-abrigo estava fortemente ligado a problemas como a toxicodependência e o alcoolismo, hoje em dia as pessoas que se veem forçadas a viver na rua são “pessoas saudáveis que estão a lutar pela vida”.

O número de pessoas sem-abrigo tem vindo, aos olhos de Luís, a piorar. “Cada vez há mais pessoas nas ruas, em locais não habituais”, disse à Lusa. E isso implica que o serviço de refeições da Remar já não é suficiente.

Quando saem com três terrinas de sopa e 250 lanches, muitas vezes acaba-se a comida antes de toda a gente receber uma refeição. “Este problema está a aumentar, com um novo perfil, mais emigrantes e mais novos”, explica Luís.

A Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo está em vésperas de ser apresentada no Parlamento, e o problema é impossível de esconder. Já no final de 2023, o coordenador dessa estratégia notava que há um aumento do número de pessoas a viver na rua.

Os dados mais recentes, mas que são referentes a 2022, davam conta de 10.700 pessoas na condição de sem-abrigo. O Alentejo, a Área Metropolitana de Lisboa e o Algarve eram as regiões que registavam as proporções mais elevadas de pessoas sem-abrigo por mil residentes.