Na reunião desta quinta-feira da vereação da Câmara Municipal de Lisboa ficou decidida a duplicação de casas para pessoas em situação de sem-abrigo no município. A proposta foi apresentada pelo Bloco de Esquerda e levará à duplicação das 400 vagas existentes para a modalidade de housing first, passando a existir 800. O housing first parte do princípio que a atribuição de uma moradia é o primeiro passo na reintegração na vida ativa. Seguem-se respostas estruturadas e diversificadas como o apoio psicológico ou o acompanhamento da higiene pessoal.
Ao contrário da proposta bloquista, o executivo remetia esse objetivo para 2030. A direita aprovou o seu Plano Municipal para as Pessoas em Situação de Sem Abrigo (PMSSA) 2024-2030 apenas com os seu votos a favor e a abstenção do resto dos vereadores, ao passo que a proposta apresentada pelo Bloco contou com os votos de todos os partidos representados na Câmara com exceção dos da coligação liderada por Carlos Moedas.
Este, em comunicado camarário critica as “alterações extemporâneas” do Bloco enquanto que a oposição prefere salientar que a plano do atual executivo é insuficiente face ao aumento de pessoas em situação de sem-abrigo a viver na cidade. Por exemplo, o vereador bloquista Ricardo Moreira disse ao Público que se trata “de uma medida muitíssimo importante. A cidade está a arder, há tendas em todo o lado. Precisamos de uma resposta agora, não até 2030”.