No outono de 1960, a ditadura durava há três décadas e já muita gente tinha envelhecido e morrido sem lhe ver o fim. As conferências culturais eram uma forma de vivência coletiva e de cultivar pensamento crítico. Numa delas, a escritora manifestava “a inflexível certeza de quem nem tudo estará perdido”.
"A Uma Terra Desconhecida" estreia em Portugal no próximo dia 24, com distribuição da Stone and the Plot. Entretanto, o realizador Mahdi Fleifel estará presente no Curtas Vila do Conde e disponível para uma conversa com o público sobre a sua obra no próximo sábado.
Antonio Scurati, autor da pentalogia “M”, a biografia romanceada de Mussolini, falou recentemente sobre a sua obra e a atualidade numa conversa com correspondentes estrangeiros em Roma.
Rosas mostrou, ao longo de quatro filmes, um sem-número de histórias possíveis que circulam pelas ruas da cidade, nos piscam os olhos, seduzem e seguem viagem. A palavra ‘orgânico’ é seguramente uma das palavras-chave desta entrevista. Talvez se perceba porquê.
Sob o lema “A Terra a quem vive nela”, a celebração comunitária da cultura e da fruição do espaço público realiza-se pelo décimo terceiro ano consecutivo com exposições, concertos, dança e teatro até ao dia 20 de julho.
A mensagem da direita pega porque ressoa e sintoniza-se com medos e esperanças de uma vida imersa no líquido amniótico do mercado. A batalha cultural não é apenas questão de ideias, teorias, narrativas sedutoras mas tem a ver com práticas, experiências, abalos da vida capazes de gerar novas visões de mundo.
Da próxima vez em que encontrar um poeta como o genial França, diga o quanto ele é importante. Diga e fale bem alto o que sente, para que você não procure depois mais uma estrela no céu.
Revolucionário místico, inimigo dos príncipes e da Igreja do seu tempo, Thomas Münzer antecipou há cinco séculos uma ideia radical de justiça social que, como então, questiona os fundamentos materiais do poder e da desigualdade.
O festival de música eletrónica Brunch Electronik pertence ao fundo KKR, que está a ser boicotado por centenas de artistas e milhares de fãs. Campanha BDS Portugal apela aos organizadores para seguirem o bom exemplo de outros festivais da mesma empresa que já assumiram o apoio ao boicote cultural de Israel.
O “idiota da aldeia” tornou-se o cretino dos likes, o vendedor de cursos milagrosos para enriquecer ou curar doenças e os coachs (ou pastores do neoliberalismo) com pregações de adoração ao capitalismo. Nesse emaranhado de sujeitos esvaziados pelo capital, surgem movimentos masculinistas, que não buscam o amor, mas tratam as relações como ativos financeiros.
A escritora Alexandra Lucas Coelho fala ao Esquerda.net sobre o seu mais recente livro, objeto do seu trabalho de denúncia do genocídio em curso na Faixa de Gaza.
Criminalizar expressões culturais, determinar o que é bom gosto, o que é arte e o que é “apologia ao crime”, é uma forma disfarçada – mas eficaz – de manter a periferia no seu lugar: à margem. É um mecanismo de controle social que classifica como perigoso tudo aquilo que não se enquadra nos padrões da elite branca dominante.
Em entrevista ao Esquerda.net, Rui Borges fala sobre o trabalho do físico soviético que construiu o seu próprio caminho na história da ciência. Perseguido por Estaline e renegado pelo Ocidente, o trabalho de Hessen passou o teste do tempo e tornou-se uma referência atual.
Nos textos escritos por Trotsky acerca da questão dos intelectuais e seu papel na produção do conhecimento, encontram-se contribuições fundamentais. Através delas, pode-se compreender a natureza dos intelectuais esmagados pela dominação de classe na sociedade capitalista.
O rapaz de Sacavém, quando a localidade perto de Lisboa, era um centro industrial, foi um fotógrafo da vida, um fotógrafo de pessoas, da mais simples e sem status, a todas as figuras importantes da política ou das artes.
Anarquistas, socialistas, porras-loucas em mistura. Não havia em todo o Recife e Olinda, um bar com radiola de ficha, a famosa wurlitzer, que tivesse um repertório tão bom quanto o do Maconhão.
O KKR tem negócios imobiliários nos territórios ocupados na Palestina e interesses em Israel. Quando se soube, centenas de artistas começaram a desvincular-se dos festivais e dezenas de milhares de pessoas protestaram nas redes sociais.
Um dos mais premiados fotojornalistas portugueses, Eduardo Gageiro foi o primeiro fotógrafo a chegar ao Terreiro do Paço no 25 de Abril e registou no seu trabalho as mudanças sociais e políticas em Portugal nos últimos 70 anos.
Para quem não o conhece, entre outros trabalhos, este intelectual da nossa geração no Recife escreveu e publicou o ensaio “Memória de afetos: cultura e revolução no Recife do tempo de Soledad Barrett Viedma”.