Ao ritmo actual, mil milhões de pessoas serão forçadas a abandonar os seus lares e migrarem até 2050, refere um estudo da ONG britânica Christian Aid. "A migração forçada é a maior ameaça contra as populações pobres nos países em vias de desenvolvimento", afirma John Davidson, um dos autores do estudo.
A Christian Aid calcula que 163 milhões de pessoas foram forçadas a migrar devido a conflitos, catástrofes naturais e grandes projectos de desenvolvimento, como a construção de barragens. Até 2050, na previsão daquela organização, 645 milhões de pessoas serão forçadas a migrar por causa de grandes projectos, 250 milhões devido a fenómenos provocados pelas alterações climáticas, como inundações, seca ou fome e 50 milhões devido a conflitos.
No relatório publicado, "Maré humana: a verdadeira crise da migração", a Christian Aid adverte para o"ritmo de aceleração das deslocações de população no século XXI".
No estudo, a ONG sublinha que a longo prazo, até 2080, entre 1100 e 3200 milhões de pessoas terão falta de água e entre 200 e 600 milhões de pessoas terão fome.
Segundo a Christian Aid, as vagas migratórias irão alimentar os conflitos existentes e provocar novos conflitos nas áreas do mundo onde os recursos são mais escassos e alerta em particular para as migrações internas na Colômbia, no Mali e na Birmânia.