Louçã: "Isto é a república de marajás"

29 de October 2007 - 10:51
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Francisco Louçã e Paulo Martins"No Banco de Portugal se faz o que em nenhum outro banco se pode fazer que é o administrador, porque decide, ser beneficiário de um empréstimo do próprio banco", afirmou Francisco Louçã na conferência de imprensa de encerramento das Jornadas Sociais/2007 do BE-Madeira.

F. Louçã denunciou ainda que a Zona Franca da Madeira teve 7160 milhões de euros de negócios que não pagaram impostos.
Segundo a agência Lusa, Francisco Louçã afirmou: "Não vou discutir a legalidade ou ilegalidade mas quero acentuar a falta de sensatez: então os administradores do Banco de Portugal querem, para si próprios, aquilo que eles, como supervisores dos outros bancos, têm que proibir aos outros bancos?".

"Isto é a república de marajás e é um abuso totalmente injustificado", considerou F. Louçã, que acentuou que se criou uma casta, "um grupo pequeno de algumas dezenas de administradores nesses vários bancos, que tratam desses negócios como se fossem coisa deles porque é muito fácil decidir assim".

O coordenador da Comissão Política do BE considerou ainda que a Madeira deveria receber 61 milhões de euros do Orçamento de Estado (OE), que não vai receber devido à Lei das Finanças Regionais, mas salientou que o país não vai receber e devia receber 1760 milhões de euros devido aos negócios na Zona Franca da Madeira, 30 vezes o que não é pago pelo OE à Madeira.

"A zona Franca da Madeira teve, que se saiba, 7.160 milhões de euros de negócios que não pagaram impostos, é gigantesco", considerou F. Louçã, que questionou a moral, num País com dois milhões de pobres e com pensões de 100 a 210 euros, que permite que possa haver 7.160 milhões de euros que não pagam um tostão de imposto.

Paulo Martins, dirigente do BE-Madeira, denunciou que "as chagas sociais na Madeira estão a aumentar", nomeadamente o desemprego (8.429, mais 6,1 por cento do que em Setembro de 2006); o aumento da droga e toxicodependência, da pequena e média criminalidade, da pobreza, do empobrecimento dos idosos e a falta de habitação.

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