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Líbano entra em incumprimento no pagamento da dívida

Esta segunda-feira, o Líbano vai entrar em incumprimento não pagando os mais de mil milhões de euros cujo prazo vencia. Hassan Diab, primeiro-ministro do país, garante que quer renegociar o pagamento e que vai fazer um programa de reformas económicas.
Banco Central do Líbano.
Banco Central do Líbano. Foto de Karan Jain/Flickr.

O estado libanês devia pagar 1,06 mil milhões de euros de empréstimos em Eurobonds esta segunda-feira. É certo que não o irá fazer depois do primeiro-ministro, Hassan Diab, ter anunciado no sábado o default da sua dívida soberana. O país entra assim em incumprimento.

Diab comunicou que o Líbano tentará reestruturar a dívida junto dos credores. Assegurou que “as nossas reservas em divisa atingiram um nível inquietante” e que “a dívida do Líbano é maior do que o país pode aguentar”, sendo preciso suspender pagamentos ou então não haveria dinheiro suficiente para os serviços públicos mais básicos ou para importar produtos de primeira necessidade. Este será, do seu ponto de vista, “o único caminho para parar os atritos e proteger o interesse nacional, lançando ao mesmo tempo um programa abrangente de reformas”.

A dívida do estado libanês é de 92 mil milhões de dólares, perto de 170% do seu PIB, o que faz dela uma das mais elevadas do mundo. Depois do final da guerra civil, nos anos noventa, cresceu desmesuradamente.

 

O primeiro-ministro libanês entrou em funções apenas há seis semanas. Enfrenta uma crise económica profunda, com desemprego a níveis elevados, desvalorização monetária na ordem dos 60%, escassez de bens importados, falhas de acesso à eletricidade e a água potável e fuga de capitais. E uma crise social que tem mobilizado protestos massivos em todo o país há cerca de cinco meses e que trocou as voltas ao poder habitualmente negociado entre os partidos dominantes das vários grupos étnico-religiosos nacionais. Os manifestantes acusam o poder político de ser corrupto, de ter endividado o país mas de o cidadão comum não ver resultados desse investimento.

O governo está atualmente em negociações com o Fundo Monetário Internacional. Segundo a receita habitual, este fará depender qualquer entrada de dinheiro no país da aplicação de medidas de austeridade. Só que a classe política dominante teme que tais medidas gerem ainda mais revolta.

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