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Facebook alvo de críticas por ajudar à desinformação

Centenas de trabalhadores do Facebook criticam numa carta aberta a política da empresa de permitir anúncios políticos que propagam mentiras. O site de extrema-direita Breitbart foi incluído nas “fontes confiáveis” de notícias na nova plataforma.
Mark Zuckerberg respondeu a perguntas dos congressistas na semana passada. Imagem retirada do vídeo da audição.

O Facebook anunciou na sexta-feira para o público norte-americano o lançamento do Facebook News, uma zona de notícias com o objetivo de dar mais destaque a fontes confiáveis e a notícias locais. Mas a polémica não demorou muito tempo a estalar quando os utilizadores que testam a nova plataforma descobriram que o site Breitbart, que já foi dirigido por Steve Bannon, descrevendo-o como “uma plataforma para a alt-right”, está incluído na lista de títulos disponíveis.

Para além de estar alinhado com a agenda da extrema-direita norte-americana, o Breitbart tem sido responsável pela propagação de mentiras e teorias da conspiração que ajudaram a dar força à campanha de Donald Trump. Steve Bannon foi depois contratado por Trump e chegou a ter o seu gabinete na Casa Branca antes de ser afastado pelo presidente norte-americano. Notícias recentes dão conta do seu regresso ao círculo mais próximo de Trump, para organizar a campanha contra o processo de destituição do presidente.

Trabalhadores do Facebook contra novas regras de publicação de anúncios políticos

Outra das polémicas em torno da gestão do Facebook e da sua responsabilidade em combater a desinformação prende-se com as regras de publicação de anúncios políticos em véspera das presidenciais nos EUA. A plataforma anunciou que não iria intervir no caso desses anúncios conterem mentiras e falsidades, o que provocou escândalo quer entre políticos, quer entre trabalhadores da empresa.

Numa carta aberta publicada esta segunda-feira no New York Times, centenas de funcionários do Facebook denunciam que “as nossas atuais regras de verificação de factos nas publicações de pessoas eleitas para cargos políticos ou que concorrem a esses cargos são uma ameaça ao que o Facebook representa”.

Para estes trabalhadores, a ausência de verificação significa “permitir que os políticos usem a nossa plataforma como arma para chegar às pessoas que acreditam que o conteúdo publicado por figuras políticas é de confiança”.

O caso chegou ao Congresso, onde o líder da empresa, Mark Zuckerberg, foi ouvido na semana passada. Questionado pela deputada Alexandria Ocasio-Cortez, Zuckerberg insistiu que a sua posição é de deixar às pessoas a decisão sobre o que é ou não credível e distinguirem o que é verdade e o que é mentira.

Rep. Ocasio-Cortez questions Mark Zuckerberg on when Facebook will fact check

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