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Evergrande: Ações suspensas, construção ilegal e negócio imobiliário em risco
A Evergrande, o mega-grupo imobiliário chinês que tem sido notícia pelas suas dificuldades financeiras que ameaçaram arrastar outras partes deste setor económico, voltou a ser notícia nesta segunda-feira. A venda das suas ações foi outra vez suspensa na Bolsa de Hong Kong.
Oficialmente não houve explicações para o sucedido para além de estar “pendente a divulgação de informação interna”. Mas a comunicação social chinesa ligou esta suspensão à decisão das autoridades de Danzhou, localidade da ilha Hainan, que deu dez dias à empresa para demolir 39 edifícios no resort Ocean Flower que ocupavam 435.000 metros quadrados e que estariam a violar “leis de planeamento urbano e rural”.
As ações da Evergrande perderam 89% do seu valor num ano. E esta acumulou passivos de cerca de 265 mil milhões de euros que não tem conseguido pagar. Voltou a falhar mais um pagamento na passada terça-feira, na ordem dos 225,48 milhões de euros, apesar de ainda ter um prazo de carência de mais 30 dias. E as agências de rating classificam 17,68 mil milhões de euros desta dívida como estando em incumprimento cruzado.
Apesar disto, a direção da empresa tem tentado assegurar que está tudo bem. O seu presidente, Xu Jiayin, garantiu a semana passada que 91,7% dos projetos de construção nacionais em que a empresa está envolvida retomaram atividade, prometendo um “futuro brilhante”.
Vários analistas têm insistido no perigo de contágio da falência de uma empresa tão grande como esta. Mas a Evergrande está longe de ser a única empresa imobiliária chinesa envolvida numa crise de liquidez. Cerca de um terço das empresas do setor enfrentam problemas deste tipo. A Kaisa é outra delas e falhou um pagamento o mês passado, para além das suas ações também terem sido suspensas por duas vezes recentemente e do seu valor bolsista ter diminuído 75% num ano.
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