Num percurso de cerca de 400 quilómetros, a Caravana Global pela Justiça Climática vai percorrer o país para chamar a atenção para as consequências das alterações climáticas que já se vivem no nosso país. O ponto de partida será o complexo industrial da Figueira da Foz, um dos pólos da principal empresa emissora do país, The Navigator Company.
Segundo o comunicado dos organizadores, a Caravana avançará para o interior do país, passando por Pedrógão Grande e Oleiros, onde se registaram os incêndios mais graves dos últimos anos, pela Celtejo, uma das vinte infraestruturas mais emissoras do país, a Central Termoeléctrica do Pego, encerrada em Novembro de 2021 sem garantir condições necessárias para uma transição justa para os trabalhadores, e a fábrica de produção de cimento mais emissora do país, o Centro de Produção de Alhandra, da CIMPOR.
Descendo pelo rio Tejo, a Caravana vai denunciar “a ausência de uma política capaz de impor a descarga de caudais ecológicos à IBERDROLA na barragem de Cedillo e à EDP nas barragens de Fratel e Belver”. Os locais onde se pretendem construir mais açudes e barragens também fazem parte do itinerário, que pretende igualmente testemunhar “as más práticas agrícolas que conduzem à destruição da biodiversidade e à forte emissão de gases, assim como à poluição que entra no Tejo vinda de Espanha”.
Esta caravana faz parte de uma iniciativa internacional que também terá lugar em pelo menos mais cinco países - Uganda, Honduras, Turquia, Nigéria e Bolívia. O objetivo é transformar esta caravana “num momento histórico que, através da força das populações, se insurja contra a irresponsabilidade, a impunidade, a manipulação e a ganância de um sistema capitalista, responsável pela degradação dos ciclos ecológicos que sustentam a vida e que são sustentados por ela”.
Em Portugal já aderiram a esta Caravana Global pela Justiça Climática as associações Acréscimo, APAEPG - Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos do AE de Pedrógão Grande, AVIPG - Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, Basta! - de crimes ambientais, Casa de Pedrógão Grande, Climáximo, Colinas do Tejo, EcoCartaxo, Greve Climática Estudantil Lisboa, MIA - Movimento Ibérico Antinuclear, Movimento Ambientalista Vale de Santarém, Movimento Cívico Ar Puro, MUNN - Urânio em Nisa Não e ProTEJO - Movimento pelo Tejo.