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Ambientalistas portugueses ajudam desobediência civil climática em Madrid
Em mais uma ação de desobediência civil em nome do clima, centenas de ativistas ocuparam a partir das nove horas da manhã desta segunda-feira, a zona dos Nuevos Ministerios, em Madrid, em protesto contra a “inação dos governos”. Estão distribuídos em dois grupos, uns ocuparam uma ponte nas imediações deste complexo governamental, outros estão a fazer uma acampada em frente ao Ministério para a Transição Energética.
O protesto foi convocado pela plataforma 2020 Rebelión por el Clima e pelo movimento Extinction Rebellion Spain e entre os manifestantes está também uma comitiva da associação portuguesa Climáximo.
Os ambientalistas prometem “resistir e organizar-se de maneira não-violenta para defender a vida” e “usar a rua como um espaço público de excelência para se exercer a liberdade de expressão” porque, consideram, “é um dever cívico contra a ameaça civilizacional”. Assinalam assim igualmente o seu “compromisso com a democracia e com a proteção de um bem comum essencial: o direito à vida das gerações actuais e futuras”.
Para além de sublinharem o papel de mobilizações deste tipo para “uma tomada de consciência mundial nunca antes vista sobre a gravidade da situação ambiental do planeta”, no comunicado de apelo à ação subscrito pela Climáximo exige-se que sejam tomadas “medidas imediatas antes de passarmos ao ponto de não retorno”. Entre o conjunto de linhas de ação reclamadas estão a declaração de emergência climática “de forma efectiva, com políticas que sigam o que é dito pela ciência e com recursos económicos suficientes para executá-las”; que “se diga a verdade às cidadãs e cidadãos em relação à situação crítica, climática e ecológica, em que se vive neste planeta e que se denuncie a relação directa entre o crescimento económico e a degradação actual dos ecossistemas e sistemas biofísicos dos quais dependemos”; uma “atuação imediata” que implique “reduções drásticas de emissões no menor tempo possível”; “que sejam colocados em marcha instrumentos cidadãos participativos para que haja supervisão e cumprimento das medidas” e que “a justiça climática seja o centro de toda a ação, para evitar que os que menos contribuíram para o problema e os sectores mais vulneráveis sejam os que mais sofram com os efeitos”.
Estes passos são indispensáveis para “abandonar o caminho suicida pelo qual enveredámos”. E apesar de se considerar necessária, para chegar a resultados, “a ação real dos governos” os ambientalistas não deixam de salientar que a “defesa dos bens comuns tem de ser a base de uma democracia real que se abre a novos modos de participação colectiva”. Porque “ou mudamos tudo no nosso clima e na sociedade ou o clima mudará tudo por nós”, conclui-se no comunicado a Climáximo.
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