30 cidades pedem fecho de centrais nucleares envelhecidas

Entre as cidades promotoras da queixa judicial estão Dusseldorf, Colónia, e a cidade do Luxemburgo. A queixa pretende encerrar o reator belga Tihange 2, um dos que reabriu em dezembro, após quase dois anos de reparações. O outro reator intervencionado – Doel 3 – foi forçado a encerrar uma semana após a reabertura.

Os problemas associados a estes reatores espalharam o medo nas comunidades vizinhas e deram origem a uma campanha pelo seu encerramento. "Assim que o povo do Luxemburgo, Holanda e Alemanha, com as ONG, digam que isto não é seguro, isso terá um impacto no estado belga", afirma Helmut Echtenberg, o edil de Aachen, na Alemanha.

Em Portugal, o risco iminente da central de Almaraz, em funcionamento desde os anos 1980, tem sido tema do debate político. No passado fim de semana, a porta-voz bloquista Catarina Martins defendeu o seu encerramento imediato. Também Francisco Ferreira, da associação Zero, defendeu que o governo português deve ser "politicamente mais audacioso em relação às conversações com Espanha" no que toca à central situada a pouco mais de 100 quilómetros da fronteira portuguesa.

"Percebo que isso não possa ser dito publicamente, mas já outros governos na Europa se pronunciaram contra o funcionamento de centrais nucleares em países vizinhos e fizeram-no de forma clara e aberta", disse Francisco Ferreira, citado pela Lusa.

Para o ambientalista que dirigiu a Quercus durante muitos anos, a central de Almaraz é "claramente um risco desnecessário" e que Portugal "não pode aceitar pura e simplesmente as explicações técnicas de Espanha porque este é um problema técnico, mas também político".