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15 colégios privados entre as 20 escolas que continuam a inflacionar notas

Nos últimos cinco anos, vinte escolas portuguesas inflacionaram as notas internas, quando comparadas com as dos exames nacionais no resto do país. Esta prática é mais habitual em estabelecimentos privados.
Alunos
Foto de Paulete Matos

De acordo com um trabalho realizado pela Lusa e onde analisou dados do Ministério da Educação (ME), vinte escolas do secundário inflacionam, desde o ano letivo 2014/2015, as notas internas dos alunos. E concluem que esta prática é mais habitual nas escolas privadas. Este ano houve mais duas escolas a juntarem-se a este grupo.

Para obter estas respostas, o ME compara as notas dos alunos pelo trabalho desenvolvido ao longo do ano letivo em sala de aula e os resultados obtidos nos exames nacionais. Assim, para dar conta das escolas que estão a inflacionar as notas, o ME comparou as notas internas atribuídas por cada escola com as notas atribuídas por todas as outras escolas do país a alunos que obtiveram resultados semelhantes nos exames nacionais. 

A Rádio Renascença refere que nove destas escolas, todas no norte do país e quase todas privadas, têm mantido a prática de inflacionar as notas internas ao longo dos últimos dez anos. 

Nos últimos cinco anos, o ME tem tentado encontrar as diferenças das notas dos alunos atribuídas pelos professores e as notas obtidas nos exames nacionais do ensino secundário. Os dados disponibilizados são referentes ao período entre 2014 e 2019. A análise da Lusa diz que em média, os alunos portugueses têm nos exames 3 valores a menos do que nas notas internas, numa escala de 0 a 20.

Das vinte escolas que há mais de 10 anos inflacionam as notas internas encontram-se 15 colégios do norte e centro do país. E alguns destes encontram-se no topo do ranking das escolas, já que este ranking só tem em conta as notas dos exames nacionais. 

Os rankings são um vírus

Rita Gorgulho e Mariana Avelãs

Um dos exemplos é o Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, ou o Colégio D. Diogo de Sousa, ambos em lugares cimeiros no ranking. É de salientar que no ano 2018 existiu um aumento desta prática. 

Também as escolas públicas alteram os números, mas para baixo, ou seja, atribuem notas mais baixas aos alunos das que obtidas nos exames nacionais. Algumas são a Secundária do Restelo ou a de Mem Martins. Ao todo, a Lusa identificou 14 casos de escolas que deflacionam as notas internas, menos duas do que no ano anterior.

O objetivo do ME com a realização deste trabalho é que as escolas corrijam esta prática para assim garantir uma maior justiça no acesso ao ensino superior. 

A TSF revela que desde 2019, os inspetores da Inspeção-Geral da Educação e Ciência instauraram 20 inquéritos a escolas com “um conjunto de classificações anormalmente elevadas", confirmou o ME. 

No fim de todo este trabalho foram instaurados 57 processos disciplinares e 20 estão já em fase de conclusão. 

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