José Mário Branco, um compositor e arranjador que vai sempre à frente

Abril, mês de todos os sonhos, todos os projectos, todos os delírios. E lá andava o Zé Mário em todas as frentes e, sobretudo, na frente da música. Por José Fanha.

22 de novembro 2019 - 15:52
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O Zé Mário... Já lhe conhecia as canções que, vindas lá de Paris, nos chegavam antes do 25 de Abril e já as cantávamos por aí junto com as do Zeca, do Adriano, do Fanhais, e tantos outros.

Também tinha percebido a extrema qualidade dos seus arranjos para as canções do Zeca gravadas em Paris.

Depois veio a grande festa. Abril, mês de todos os sonhos, todos os projectos, todos os delírios. E lá andava o Zé Mário em todas as frentes e, sobretudo, na frente da música. E aí será sempre necessário referir o colectivo GAC VOZES NA LUTA de que ele era uma das cabeças e que produziu um trabalho musical e de animação pelo país e pelo estrangeiro de altíssima qualidade, trabalho que falta relembrar e sublinhar a importância que teve.

Passado o período mais vermelho, vêm álbuns com canções inesquecíveis e que nos mostram um compositor e arranjador que vai sempre à frente, experimentando e usando novos caminhos para a música portuguesa.

Nos últimos tempos, o Zé Mário foi mais visto no trabalho que fez com o Camané e recentemente com a Kátia Guerreiro.

A vida foi ingrata. As suas canções, os seus arranjos, a sua forma de olhar a música vai ser sempre ouvida. Os amigos e camaradas dele vão guardá-la e mantê-la bem viva junto de todos nós.


*José Fanha - Poeta e declamador, autor de histórias e poesia para a infância, dramaturgo e dramaturgista, autor de letras para canções e textos para rádio, guionista de televisão.

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