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CTT: nacionalizar e reabrir. A exceção que falta.
Nos últimos meses, ouvimos, por parte da administração dos CTT, aquilo que lhes pareceu um peso na consciência. Este é o momento em que nos fingimos de mortos e fazemos de conta que acreditamos na sua boa vontade na reabertura das estações nos concelhos onde, escandalosamente, fecharam no final do ano passado. É certo que, para quem privilegia o banco ao invés do serviço postal, as queixas constantes relativas ao serviço postal não fortaleciam a ideia do banco e, neste sentido, o bom senso e a publicidade batem à mesma porta.
Há muito tempo que o contrato foi quebrado e que este “serviço público” o deixou de ser e há tanto tempo quanto esse que a renacionalização devia já estar em marcha. Muitas vezes, ouvimos trocas de acusações entre PS, PSD e CDS sobre a parentalidade da privatização. Em boa verdade, a direita, que utiliza com frequência e autoridade as palavras, negócio ou lucro, foi aquela que despoletou, como de costume, um péssimo negócio, pelo menos para o erário público.
A privatização dos CTT não mostrou uma realidade muito distinta da prática das privatizações. Os privados procuram o lucro e, por isso, reduzem o serviço ao mínimo, despedem funcionários e não olham a meios para justificar lucros astronómicos em detrimento do serviço público. Só que ao contrário de um serviço do estado, não tem como prioridade nem objetivo servir as pessoas.
O fecho de estações foi prejudicial em todos os locais onde encerrou. No entanto, se no litoral o fecho de serviços foi prejudicial, no interior foi dramático. No interior do país, assistimos, cada vez mais, a um aumento da população envelhecida e, por isso, os correios são essenciais para um ato simples como o de receber a sua reforma.
Esta espécie de negociata prejudica os mesmos de sempre e, cada vez mais, é a regra e não a exceção. Hoje, o interior rima com encerramento e muitas das vezes nem o próprio Estado dá o exemplo (vejam-se os desinvestimentos nas escolas, tribunais, hospitais, freguesias, repartições da CGD, etc.).
Por fim, fica a eterna pergunta: perdemos pessoas porque perdemos serviços ou perdemos serviços porque perdemos pessoas?
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