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1969 – O Ano que Nunca Terminou

Revisitar hoje a crise académica de 1969 coloca-nos perante um difícil equilíbrio (ou confronto) entre as três principais abordagens possíveis: a abordagem da história, da memória e da comemoração. Ao longo destes cinquenta anos verifica-se um défice no tratamento historiográfico do acontecimento, face a uma vigorosa e crescente afirmação da memória, nas suas diferentes vertentes: memórias individuais, memória geracional e memória colectiva.
Tentarei analisar as dinâmicas de confluência e de divergência entre estas três dimensões, concluindo pela manifesta hegemonia da memória colectiva na sua forma mais comum: a comemoração. E, questionando as modalidades, os actores, os lugares e tempos dessa comemoração/celebração, concluir que essa operação se faz em nome de valores como o consenso e a unanimidade, em manifesto contraste com a verdadeira natureza do acontecimento celebrado: Um acontecimento colectivo, dinâmico, plural e criativo; (im)possível à maneira de Derrida: o que constrói a sua própria possibilidade.
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