Nuno Pinheiro

Nuno Pinheiro

Investigador de CIES/IUL

Impulsionado pelo balão de ar quente da recuperação de tempo de serviço dada aos professores em pré-campanha eleitoral, o atual ministro da educação chegou a ser apresentado como o “melhor de sempre”. Agora que a campanha acabou podemos ter um vislumbre das políticas educativas.

Podemos esquecer a época colonial, os descobrimentos (mesmo aceitando a palavra)? Claro que não, mas ter deles uma visão mais alargada, menos nacionalista que compreendesse a visão do “outro”. É também da continuação desta visão neocolonialista que a extrema-direita se alimenta.

O rapaz de Sacavém, quando a localidade perto de Lisboa, era um centro industrial, foi um fotógrafo da vida, um fotógrafo de pessoas, da mais simples e sem status, a todas as figuras importantes da política ou das artes. 

A obra de Salgado é o nosso mundo, a exploração e as más condições de trabalho. A condição humana, mas também a condição do planeta, os seus riscos.

Lá está ele, num cartaz à beira de uma rotunda (aliás em muitas) o homem mais anti sistema, Veste-se e apresenta-se como pessoa poderosa, ou seja mais um do sistema, mas tudo faz parte da encenação e é importante desmanchá-la.

Não haverá paz sem o reconhecimento (ou o extermínio, como muitos pretendem em Israel) dos direitos do povo palestiniano, é isto e não a guerra santa que a comunidade deve procurar. Será a única forma de terminar o mais duradouro foco de conflito posterior à 2ª Guerra Mundial.

As jornadas europeias de património de 20 a 22 de setembro são uma ocasião para refletir sobre as políticas de património, assunto bastante esquecido ou maltratado em Portugal hoje. Como quase sempre, estas políticas não são neutras, nem se limitam a conservar pedras velhas.

Hoje é habitual ligar a esquerda a regimes totalitários e repressivos. A expressão ditadura do proletariado simboliza-o. Há razões históricas que o justificam, mas é preciso entender esse passado e relançar o debate sobre ditadura, democracia e a sociedade que queremos.

Depois de 14 anos de governo conservador com uma enorme sucessão de erros e trapalhadas, aconteceu o que se esperava, uma enorme derrota dos Tories. Porém, o sistema eleitoral desproporcional faz a mudança parecer maior.

Sim, a direita tem todas as razões para comemorar o 25 de novembro. Comemorem, é o vosso dia, só não digam, por favor, que é a continuação do 25 de abril, porque é a sua negação.