Comissão Europeia

Von Der Leyen reeleita, esquerda vota contra

18 de julho 2024 - 12:42

Com uma campanha marcada pela aproximação à extrema-direita, Von Der Leyen reuniu os votos dos verdes, dos liberais e do centro.

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Ursula Von Der Leyen
Ursula Von Der Leyen. Fotografia do Parlamento Europeu/CC-BY-4.0

A atual presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, foi reeleita para um novo mandato em eleições onde os verdes se juntaram ao centro e aos liberais para aprovar a continuação da política de mercado e a aproximação à extrema-direita. Obteve 401 votos a favor, 284 contra e 15 abstenções.

Assim, com o apoio do Partido Popular Europeu, dos Socialistas e Democratas, dos liberais e dos verdes, Von Der Leyen garantiu a maioria no Parlamento Europeu. A sua campanha foi marcada pela aproximação à extrema-direita, em particular ao partido de Giorgia Meloni, em política de imigração.

Von Der Leyen tem-se apoiado na defesa da Ucrânia como principal pilar de união dentro do Parlamento Europeu. No entanto, em áreas como a habitação ou a transição ecológica, o discurso da presidente-eleita restringe-se à centralidade do mercado, sem ter alternativa ou dar relevância ao financiamento público.

A candidata do Partido Popular Europeu propôs uma comissão específica para a habitação, mas sem compromissos concretos, pelo que a sua importância ainda é indefinida. Em comunicado nas redes sociais, Catarina Martins avisa que esta decisão “pode ser positiva, negativa ou apenas marketing” e que tudo dependerá da política a ser implementada.

Posteriormente, comentando os resultados da votação, acrescentou que foi uma "estranha aliança de Direita, Conservadores, Liberais, Socialistas e Verdes" que reconduziu "a Presidente da Comissão que continua a apoiar o genocídio em Gaza e acaba de ser condenada por ocultar informação sobre contratos com farmacêuticas". Afirmando que esta "para o futuro, promete desviar milhões para a indústria militar em vez de construir caminhos para a paz", "restringir as políticas públicas com as novas regras de governação económica em vez de investir na habitação e serviços públicos", "proteger as indústrias poluentes em vez de criar milhões de empregos para o clima", concluindo: "obviamente, não teve o meu voto.

O grupo d’A Esquerda no Parlamento Europeu procurou adiar a eleição da presidente da comissão devido ao processo em curso no Tribunal de Justiça da União Europeia, que considerou que a Comissão Europeia ocultou erradamente dados sobre os contratos de vacinas feito durante a pandemia. O pedido de adiamento foi, no entanto, rejeitado por maioria no Parlamento Europeu. Os deputados da esquerda votaram contra a reeleição de Ursula von der Leyen,