Violência doméstica matou 30 mulheres em Portugal só em 2019

30 de dezembro 2019 - 15:53

Morreram também sete homens e uma criança. Catarina Martins enfatiza que “combater a violência doméstica e a violência de género tem de se tornar um dos nossos compromissos coletivos mais fortes”.

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Na passada sexta-feira, uma mulher foi morta em Leiria pelo companheiro. O homem, de 35 anos, degolou a mulher de 34 anos com um x-ato. Na mesma casa estavam presentes os filhos da vítima, de dois e seis anos, que estão atualmente sob a responsabilidade da Comissão da Proteção de Crianças e Jovens. Fonte policial revelou à agência Lusa que a PSP tinha sido alertada para discussões entre o casal, “mas nada previa este desfecho”.

A Lusa adianta ainda que uma fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP revelou que um homem de 43 anos desferiu “pelo menos duas facadas na zona do tórax” da companheira. A mulher ainda foi assistida pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), mas “acabou por falecer no local”.

Até 12 de novembro, o Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) registou a morte de 28 mulheres e 27  tentativas de femicídio em 2019. Tendo em conta as duas mortes registadas nos últimos dias, contagem de mulheres assassinadas em contexto de violência doméstica sobe para 30, ultrapassando os 28 casos registados em 2018.

O OMA dá conta de que, nos últimos 15 anos, houve 531 vítimas e 618 vítimas de tentativa de homicídio em contexto de violência doméstica.

Os mais recentes dados divulgados em novembro pelo Governo apontam ainda para a morte de uma criança e sete homens em contexto de violência familiar.

Este é o maior problema de segurança pública do país

Catarina Martins considera que “este é o maior problema de segurança pública do país” e que o mesmo “exige que ninguém encolha os ombros. Nem a família, nem os amigos, nem os colegas, nem os vizinhos. Muito menos as forças de segurança ou os juízes”.

“Combater a violência doméstica e a violência de género tem de se tornar um dos nossos compromissos coletivos mais fortes. Pelas nossas vidas, das nossas filhas, das nossas irmãs, das nossas mães, das nossas amigas”, defende a coordenadora do Bloco.